segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Fogo Fátuo


Fotos: Arquivo pessoal. (Clique na imagem para ver em maior definição)
Sem estresse: Essa bonita casa vizinha da RPPN Rio das Lontras tem mais de cem anos, assim como seus moradores...

Muitas lendas são contadas pelos colonos descendentes de alemães.
Histórias que enriquecem a cultura local e possuem um viés didático, um recado passado de geração para geração.

A primeira que ouvimos foi quando fomos conhecer o terreno que futuramente iríamos criar a RPPN Rio das Lontras, bem aos pés da enorme cachoeira, ainda no impacto de vermos tão belo cenário:

A cachoeira e suas lendas.

"...Uma vez uma moça, não mais de 20 anos, iria visitar um sítio vizinho. Saiu da estrada para cortar caminho e precisava atravessar o rio, que estava alto com as últimas chuvas. Ela sumiu, e por vários dias a procuraram. Tristemente encontraram vestígios de seu vestido cachoeira abaixo..."

Esse "causo" remoto, do começo do século passado, mas até hoje as crianças e mesmo os adultos evitam as pedras escorregadias do alto da cachoeira e mesmo pescarem a noite, pois há quem jure de pés juntos que já "viu" a alma da pobre moça vagando pelas redondezas.

A outra lenda interessante que nos chamou a atenção foi a dos marcos nas divisas entre os terrenos. Não existem cercas no meio da floresta dividindo as propriedades, apenas pequenas pedras colocadas de forma a criarem uma linha divisória, o que nos levou a indagar sobre a possibilidade de uma pessoa mau-intencionada mudar as mesmas. E a resposta é a mais séria possível: "...Jamais!". E diz a lenda:

"...Certa vez dois confrontantes de terrenos resolveram demarcar os terrenos e trabalharam por dias a fio carregando e colocando pedras semi enterradas. Serviço terminado comemoraram com um almoço e firmaram um pacto de que ali ninguém mais mexeria, nem mesmo os descendentes. Meses depois um dos colonos morreu. O outro, aproveitando a oportunidade voltou no local fronteiriço e moveu as pedras aumentando sua área. A noite, dormindo, acordou com alguém sacudindo seus pés. Quando abriu os olhos deparou-se com a alma do falecido carregando uma pedra, que foi colocada nos pés da cama..."
Nem é preciso dizer que ele ao amanhecer, sem café, foi correndo arrumar as demarcações...
A tranqüilidade da região e qualidade de vida proporciona recordes de longevidade no país.
Fotos: Cláudio Teixeira
E uma outra lenda que acreditamos ter uma explicação científica é o relato de "fantasmas" na região. Já conversamos com colonos aparentemente lúcidos que contam ter avistado "almas penadas", ou "luzes que se mexem"...

Como a região é montanhosa e os rios encachoeirados sofrem ação de enchentes ocasionais, acabam formando algumas lagoas nas suas beiradas, acumulando água e matéria em decomposição. Como os relatos são relativamente confiáveis e costumeiros, chegamos a conclusão que trata-se do fenômeno "Fogo Fátuo":


O fogo-fátuo, também chamado de fogo tolo ou, no interior do Brasil, fogo corredor ou joão-galafoice, é uma luz azulada que pode ser avistada em cemitérios, pântanos, brejos, etc. É a inflamação espontânea do gás dos pântanos (metano), resultante da decomposição de seres vivos: plantas e animais típicos do ambiente.

Visão folclórica:
Os indígenas do Brasil Central o chamam de boitatá ( boi = cobra; tatá = fogo, em tupi-guarani) e significa para eles o espírito que corre atrás dos que tentam incendiar os campos.
Nas lendas na Inglaterra o herói desvira uma peça de roupa para fazer desaparecer o poder do fogo.
Os fogos fátuos dão origem a muitas superstições populares. Se acredita que são espíritos malignos que molestam ou fazem se extraviar os viajantes ou afastar alguém que tenta se aproximar. Há quem os consideram como presságios de morte ou desgraças.

Fenômeno:
Quando um corpo orgânico começa a entrar em putrefação, ocorre a emissão do gás metano (CH4). O metano, em condições especiais de pressão e temperatura, em local não ventilado, começa a sair do solo e se misturar com o oxigênio do ar. Em uma porcentagem de aproximadamente 28%, o metano se inflama espontaneamente, sem necessidade de uma faísca. Forma uma chama azulada, de curta duração, gerando um pequeno ruído.
Os fogos-fátuos são produtos da combustão do gás metano gerados pela decomposição de substâncias orgânicas, ou a fosforescência natural dos sais de cálcio presentes nos ossos enterrados.
Muitos que avistam o fenômeno tendem a evacuar o local rapidamente, o que, devido ao deslocamento do ar, faz com que o fogo fátuo mova-se na mesma direção da pessoa. Tal fato leva muitos a acreditar que o fenômeno se trata de um evento sobrenatural, tais como espíritos, fantasmas, dentre outros.
Fonte e imagem: Wikipédia

2 comentários:

Péricles Peri disse...

muito legal a idéia de coletar histórias e causos da região. O canto está muito acolhedor. A cara de vocês. Beijos aos lontras...

murilo disse...

No sertao de alagoas eu ja vi como muitos da minha epoca tb viram, no ano de 1981.
isso não é elenda pessoal, o fogo existem eu tive uma experiencia que quase morrir pelo susto que passei, no dia que fui seguido pela tocha de fogo conhecida popularmente fogo corredor, era por volta das 20:oohs , foi apavorante, a tocha surgiu de uma roça de palma grande, e veio em minha direção, eu tentava correr minhas pernas nao tinha força ficaram fraca devido medo, foi apavorante mau conseguir entrar dentro de casa caindo no chão da sala sem força nas pernas no momento a minha familia jantava eu sem voz nao conseguia falar so tremia e a pontava pro lado de fora onde aluz continuava a rondar em volta casa por alguns minutos depois desapareceu, nunca esqueci desse dia até hoje lembro claramente pessoal a coisa e feia ela suga toda sua energia fiquei muito mau depois.