quarta-feira, 19 de novembro de 2008

VAI "NEVAR" EM PINDA!

Vista do Vale do Paraíba a partir de São José dos Alpes, na Serra da Mantiqueira e avistando do outro lado a Serra do Mar. (foto Panoramio).

A notícia por si só já me chamou a atenção, já que dizia na chamada que cidade do interior de São Paulo vai ter pista de esqui na neve.

Quando fui ler, a surpresa: Pinda, minha terra natal era a tal cidade! E mais ainda, próximo ao pico do Itapeva, quinta elevação mais alta do país e local que frequentei muito na adolescência, quando acampava com amigos em São José dos Alpes, em um local que considerava meio mágico, pelo silêncio, pelo contato com a natureza, com a proximidade do céu em noites estreladas que jamais esquecerei e com direito a uma vista deslumbrante do Vale do Paraíba. E do alto da Serra da Mantiqueira avistava a Serra do Mar com as cidades do Vale acompanhando o traçado preguiçoso do rio Paraíba do Sul.

Agora fico pensando como pode haver naquele local um estacionamento para quatro mil vagas e 20 mil metros quadrados de "prédios", como diz a matéria abaixo.
Com o perdão do trocadilho, mas tomara não seja "uma fria" para a natureza.
Fica a torcida por um empreendimento que respeite verdadeiramente o meio ambiente, com todos os cuidados com a Mata Atlântica e com um lugar tão especial e inspirador.



Pista de esqui no exterior serve de inspiração para o empreendimento em Pindamonhangaba (Foto: Divulgação)

Interior de SP terá estação de esqui com neve artificial

Serão usadas 5 máquinas capazes de produzir toneladas de gelo por dia.
Previsão é que empreendimento comece a funcionar em maio de 2009.


Patrícia Araújo
Do G1, em São Paulo


Neve no Brasil já é algo improvável de se pensar. Mas idealizar no nosso clima tropical uma pista de esqui no gelo ao ar livre seria tema para piada se a empreitada não estivesse se tornando realidade no interior de São Paulo.

Com um investimento inicial de R$ 41 milhões, uma empresa brasileira pretende inaugurar até maio de 2009 em Pindamonhangaba, a 156 km da capital paulista, a primeira pista de esqui na neve permanente do país. O terreno de 3 milhões de metros quadrados, na proximidade do Pico de Itapeva, foi comprado em março deste ano.

Os planos são de erguer nesse espaço um estacionamento com 100 mil metros quadrados de área e capacidade para 4 mil vagas; 20 mil metros quadrados de prédios, entre restaurantes, lojas de conveniência e áreas de apoio (com ambulatórios, camarotes, lojas de aluguel de equipamentos); e 40 mil metros quadrados de neve divididos em três pistas para esquiadores nos níveis iniciante, intermediário e avançado.

Embora a maior parte das construções ainda não tenha começado devido à falta de parte da documentação referente à liberação ambiental, as pistas de esqui já começaram a ser feitas. As cinco máquinas que irão transformar água em neve e forrar a área já estão prontas. Elas usam a tecnologia existente fora do país, mas adaptada para as necessidades locais.

“É importante dizer que 100% da água utilizada é reaproveitada”, disse André Mayer Pflug, diretor a SkiClub, empresa responsável pelo empreendimento. Ele conta que o aparelho funciona reutilizando a neve que derrete. Ela é recapturada, passa por filtragem e tratamento e volta a ser transformada me neve. A perda estimada é de apenas 3% com evaporação. Cada uma das cinco máquinas produz 300 toneladas de neve por dia. Para encher todas as pistas, é necessária uma semana de produção do equipamento.

O local fica a sete minutos de Capivari e a 35 metros da divisa com Campos do Jordão. “A idéia (para a estação) surgiu por um estudo de mercado feito em Campos do Jordão. Os turistas que freqüentam a cidade só têm o que fazer à noite, mas durante o dia ficam ociosos”, fala Pflug.

Vagas de emprego

Mesmo sem a maior parte das obras terem começado, a empresa já deu início à seleção de pessoal para trabalhar na futura estação de esqui. A estimativa, segundo a prefeitura é de que cerca de mil pessoas sejam contratadas, em 40 diferentes cargos. Dos tradicionais serviços administrativos até os postos de operador de niveladora para neve e professor de esqui. Só para auxiliar de esquiadores são 200 vagas.

“Inicialmente estão previstos mil empregos diretos e cerca de 1.500 indiretos. E a perspectiva é de que as agências de turismo e os hotéis da região devam gerar mais mil empregos indiretos nessas atividades, que não pertencem ao empreendimento”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pindamonhangaba, Álvaro Staut.

Segundo o secretário, o cadastro para a seleção dos candidatos já está sendo feito no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). A partir de janeiro, será feita a seleção para entrevista e, em seguida, o treinamento. A empresa irá contratar ainda jovens de acordo com o programa “Primeiro Emprego” e pessoas da terceira idade, que vão trabalhar na área de turismo receptivo dentro da estação.

domingo, 16 de novembro de 2008

PAC DA DESTRUIÇÃO


Pelo menos 680 hectares de Mata Atlântica em Ilhéus, Bahia, vão desaparecer por obra do PAC.



Obra do PAC tropeça na mata atlântica


EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo, em Ilhéus (BA)


O chamado desenvolvimento sustentável aceita tudo. Um emblema da fragilidade desse conceito está escancarado no sul da Bahia, onde a mata atlântica, em estado bruto ou em regeneração, ainda resiste. Com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), da iniciativa privada e de seus cofres, o governo da Bahia projeta a instalação de um complexo logístico de 1,7 mil hectares entre Ilhéus e Itacaré. A construção do porto, da ferrovia (de 1.500 km) e do novo aeroporto está orçada em R$ 6,5 bilhões.

A obra não sai sem que pelo menos 680 hectares de mata atlântica desapareçam. Para o governo baiano, a obra é inevitável "para desenvolver a região sul da Bahia, que já foi uma das mais importantes do Brasil na época do auge do cacau", afirma Antônio Celso Pereira, superintendente de Comércio e Serviços da Secretaria de Comércio, Indústria e Mineração da Bahia. "Isso não significa que o governador Jaques Wagner vai rasgar as leis ambientais".

Do outro lado da linha do desenvolvimento sustentável, ambientalistas e a Associação de Turismo de Ilhéus estão contra o projeto. Os primeiros, por causa da mata atlântica. A segunda instituição não quer um porto em seu horizonte porque onde existem navios de carga chegando e saindo não há espaço para resorts e campos de golfe -outra "benfeitoria" que não convive bem com a mata. Os hoteleiros entraram na Justiça com uma ação contra o Estado, ainda não julgada.

A âncora do megaempreendimento --o porto, quando totalmente pronto, será o segundo maior da região Norte-Nordeste--, é a empresa Bahia Mineração, que é brasileira, mas tem capital indiano e também do Cazaquistão, da gigante ENRC. Segundo Amaury Pekelman, gerente de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável da empresa, o novo porto não terá um impacto significativo sobre as praias do norte de Ilhéus. Ele explica que quem passar pela estrada que liga Ilhéus a Itacaré, por exemplo, "nem vai ver nada".

A área de estocagem do minério, de 80 hectares aproximadamente, ficará longe da estrada e da praia. Uma esteira de sete metros de altura atravessará a região preservada, a estrada e toda a praia para chegar ao litoral. Os navios, um de cada vez, afirma Pekelman, vão ficar a 2,5 quilômetros da costa. O minério será transportado por toda a região em pó. A capacidade para embarque --as primeiras cargas, pelo cronograma, devem sair no segundo semestre de 2011-- é de 70 mil toneladas por dia.

Não no meu quintal

"Esse projeto é um contra-senso", afirma José Adolfo de Almeida, professor da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), que na quarta-feira organizou um evento para discutir a obra. "Mesmo aqui na região existem outra áreas já degradadas que podem receber o porto", afirma Almeida, baseado em estudos feitos na própria instituição de ensino. Outros trabalhos da UESC mostram que a região diretamente afetada pelo projeto Porto Sul tem 40% de mata em estado avançado de regeneração.

Há mais de cinco anos, o empresário alemão Thilo Scheuermann, 48, decidiu investir em Ilhéus. Seu pequeno hotel, de 16 chalés, está parado. Segundo ele, um investimento de R$ 15 milhões está ameaçado. "Todos acreditamos no governo, que disse que o turismo seria prioritário na região." Outros cinco projetos turísticos, bem maiores do que o de Thilo, estariam engatilhados para o local.

* O repórter EDUARDO GERAQUE viajou a convite da ONG Instituto Floresta Viva

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

DEPUTADO ACUSADO DE CRIME EM RPPN

Deu na Folha de S. Paulo:

Temer é alvo de investigação no STF por crime ambiental

Deputado é suspeito de ter depredado área de reserva ecológica; ele nega acusações

Relatórios acusam ainda o congressista de recorrer a grileiros para aumentar suas posses; PF o convocará para prestar depoimento

De Alan Gripp:

Nome mais forte hoje para a sucessão da Presidência da Câmara, o deputado e presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga suposto crime ambiental e contém denúncias de que o parlamentar incorporou ao seu patrimônio terras fruto de grilagem.

Além disso, documentos da Agência Rural do Estado de Goiás acusam o deputado de tentar regularizar a propriedade com declarações falsas. As terras ficam em Alto Paraíso (GO), santuário ecológico.

Formalmente, o parlamentar é investigado no STF pela suspeita de ter depredado área de reserva ambiental ao construir uma estrada de acesso à sua propriedade, desmatando área protegida pelo Ibama. Mas há na investigação relatórios e testemunhos que o acusam de recorrer a grileiros e a servidores do governo de Goiás -mais tarde punidos- para obter títulos de propriedade e para tentar aumentar, sem sucesso, o tamanho de suas posses.

O deputado nega. Diz que as obras na estrada que corta a Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN) Campo Grande são de responsabilidade da Prefeitura de Alto Paraíso. Alega ainda que o aumento da área adquirida por ele teve respaldo em medições técnicas legais.

Entre 2002 e 2003, Temer desistiu das terras. Depois da abertura de investigação pelo Ministério Público de Goiás, ele retirou a ação de usucapião, em que brigava para legalizar 2.500 hectares, e doou para a prefeitura a fazenda que já havia conseguido regularizar -esta com 452 hectares.

Apesar disso, o Ministério Público Federal entendeu que Temer pode ser responsabilizado caso sejam comprovadas as denúncias e enviou o caso ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Assinante da Folha leia mais em Temer é alvo de investigação no STF por crime ambiental

FONTE: Blog do Noblat

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

MAUS-TRATOS CONTRA ANIMAIS

Difícil acreditar que em pleno século XXI ainda existam crimes como o de maus-tratos contra animais.
Mas é fato e está por todos os lugares. Cabe a nós ficarmos de olhos abertos e denunciarmos toda e qualquer crueldade.





sábado, 25 de outubro de 2008

MISS TERRA 2008



Candidatas a Miss Terra visitam as Filipinas

Apresentação faz parte da campanha ambiental do concurso.
Vencedora do Miss Terra será coroada em 9 de novembro.

Do G1, com informações da France Presse

Moradores de Puerto Princesa, nas Filipinas, admiraram neste sábado (25) a beleza das concorrentes a Miss Terra 2008, durante apresentação na praia de Sabang. As candidatas visitaram pontos turísticos ecológicos da cidade, como parte da campanha ambiental do concurso. A vencedora do Miss Terra será coroada em 9 de novembro (Foto: Romeo Gacad/AFP)

sábado, 6 de setembro de 2008

DESMATAMENTO EM SANTA CATARINA

Plantações de pinus e eucaliptos me parecem cemitérios fúnebres com sua ordenação simétrica e enfilamento militar.

Cada vez mais áreas de mata nativa são derrubadas impiedosamente para dar lugar a plantação de monoculturas que empobrecem cada vez mais a diversidade biológica e compromete o futuro dos biomas, como a Mata Atlântica em Santa Catarina, derrubada criminosamente para dar lugar às plantações de pinus e eucaliptos (Vale escutar a música "Eucalipto" do grupo "Etílicos e Insanos" no blog da
CHRIS LONTRA).

O pior de tudo é que há apoio governamental para essa idéia insana.

Abaixo matéria do Diário Catarinense de ontem mostra um pouco desse grave crime contra a vida:


Área grande é desmatada no Planalto Norte

Fiscais do Ibama estiveram em uma área equivalente a quase 200 campos de futebol, ontem, no município de Bela Vista do Toldo, no Planalto Norte, que foi totalmente desmatada. A vegetação nativa foi derrubada para dar lugar ao plantio de pínus. Foi o maior foco descoberto na região em duas semanas de operação. O que mais chama a atenção dos fiscais é a quantidade de diferentes pontos de desmatamento.
Apenas 70% do que estava previsto para ser vistoriado em duas semanas de fiscalização foi atingido. De acordo com Olício Marques, coordenador da operação, as áreas foram mapeadas com o auxílio de imagens de satélite. Além disso, sobrevôos com helicópteros mostraram a existência de outros focos.

- Tem muita coisa aqui e já estamos pensando em prorrogar a operação na região - revelou Marques.

Até agora, estima-se que aproximadamente 750 hectares de desmatamento tenham sido flagrados. Os números não são finais, pois não estão computados os desta semana.

Aproximadamente 45 autos de infração já foram emitidos. As multas, se somadas, ultrapassam R$ 2,8 milhões. Todos os casos serão remetidos ao Ministério Público para as medidas judiciais.

De acordo com Marques, a escolha da região para ser executada a ação deve-se aos levantamentos feitos pela Ong SOS Mata Atlântica, que, por dois anos consecutivos, apontou o Planalto Norte como a região que mais desmata em Santa Catarina.

Para o coordenador da ação, o principal incentivador do desmatamento são os reflorestamentos. Empresas e grandes produtores derrubam a vegetação nativa para o plantio de pínus.

- O pínus é importante para o desenvolvimento econômico da região, mas não se pode permitir que sejam desmatadas áreas remanescentes para esse fim - afirmou.


MARCELLO MIRANDA | BELA VISTA DO TOLDO
Fonte: DC

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

BIOPIRATARIA - CRIME HEDIONDO

Um casal de estrangeiros foi preso ao tentar embarcar no Aeroporto Internacional de Manaus (AM) com várias amostras de espécimes animais da Amazônia sem autorização. Os dois foram presos sob a acusação de biopirataria. Na foto, o perito criminal da Polícia Federal (PF) mostra material apreendido Ney Mendes/A Crítica/AE - Fonte: UOL


A biopirataria é o desvio ilegal das riquezas naturais (flora, águas e fauna) e do conhecimento das populações tradicionais sobre a utilização dos mesmos. É um mal que abate e enfraquece cada vez mais o nosso país e que termina ignorando sua soberania territorial, incluindo-se a perda de um imprescindível patrimônio genético e biosférico, ainda longe de ser mensurável do ponto de vista econômico, mas que já é explorado pela ganância internacional.

Em vários lugares do país, em especial na Amazônia, pesquisadores estrangeiros desembarcam com vistos de turista, entram na floresta, infiltrando-se em comunidades tradicionais ou em áreas indígenas. Tomam assim conhecimento de diferentes espécies vegetais ou animais, coletam exemplares e descobrem, com o auxílio dos povos habitantes da floresta, seus usos a aplicações para as indústrias de remédios ou de cosméticos. Após obterem informações valiosas, voltam para seus países contrabandeando as espécies e os conhecimentos das populações nativas para isolarem os princípios ativos.

A biodiversidade passa de um bem comum local para uma propriedade privada. Torna-se negócio de multinacionais, com patentes que protegem e legaliza o roubo, a apropriação indevida, desonesta e imoral!

Ao ser descoberto o princípio ativo, registram uma patente, que lhes dá o direito de receber um valor a cada vez que aquele produto for comercializado. Vendem o produto para o mundo todo e até mesmo para o próprio país de origem, cujas comunidades tradicionais já tinham o conhecimento da sua utilização.

Deve haver leis cada vez mais rigorosas para esse crime hediondo, pois cria a riqueza de poucos e gera a miséria de muitos. A punição deve ser exemplar!

Fonte pesquisada: Ambiente Brasil

terça-feira, 26 de agosto de 2008

COBRA PÍTON MATA ESTUDANTE

A cobra píton, que tem cerca de 30 quilos e matou o estudante


Cobra mata estudante no zoológico de Caracas

Da Redação - Em São Paulo

Um estudante que trabalhava em um zoológico em Caracas, na Venezuela, foi morto por uma cobra de mais de três metros de comprimento e 30 quilos, no último sábado (23). O administrador do zoológico Parque del Este disse que o estudante Erick Arrieta, de 29 anos, não tomou as precauções necessárias e violou orientações de segurança ao entrar na cova da cobra durante o turno da madrugada.

A píton asiática picou o estudante e em seguida enrolou-se no corpo dele, sufocando-o. Os colegas de trabalho só descobriram o incidente no dia seguinte, quando a cobra tentava devorar o corpo de Arrieta. Segundo o jornal venezuelano "El Universal", Arrieta havia dito a colegas que pretendia "domesticar" o animal. "Esse animal eu domino, vão ver logo", teria dito Arrieta em diversas ocasiões.

Estudante do último ano de biologia, ele trabalhava no zoológico desde 1999 tirando fotos dos visitantes com as espécies exibidas. De acordo com o jornal, nem toda a experiência que tinha impediu Arrieta de cometer a imprudência ao entrar sozinho no local onde ficava a píton da Birmânia.

A investigação policial indica que a vítima tinha um interesse especial pelo animal que está há dois meses no zoológico e ainda não foi colocado em exibição. De acordo com o "El Universal", a polícia acredita que Arrieta entrou sem roupa na jaula e foi atacado.

No entanto, de acordo com o diretor do serpentário, Saúl Gutiérrez, Arrieta não era autorizado a manipular os animais e errou ao fazê-lo sem usar as ferramentas adequadas. "Ele não mediu os riscos", disse Gutiérrez.

A píton da Birmânia é um animal exótico comum na Ásia. Segundo o diretor do parque, Javier Hernández, o incidente é inédito e apenas aconteceu devido à violação das regras. "O jovem subestimou o instinto do animal", disse Hernández ao "El Universal".

A cobra foi doada ao parque por usuários do parque Ávila, que a encontraram na montanha. É comum turistas trazerem filhotes de cobras de países asiáticos como souvenirs, para depois jogá-los em regiões de montanhas, explicou Hernández. Esse tipo de animal não costuma atacar seres humanos, a menos quando ameaçados.

Fonte: UOL Notícias

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A sexta extinção das espécies ainda pode ser evitada

O futuro da biodiversidade nos próximos 10 milhões de anos será determinado pelo que acontecer nos próximos 50 anos!


A sexta extinção das espécies ainda pode ser evitada

Christiane Galus

A espécie humana, que já conta 6,7 bilhões de indivíduos, modificou de tal maneira seu meio ambiente que, nesta fase atual da sua história, ela já começou a atingir gravemente a biodiversidade das espécies terrestres e marinhas, e, no médio prazo, já está ameaçando a sua própria sobrevivência. A tal ponto que um número cada vez maior de cientistas não hesita a falar de uma sexta extinção, que será provocada pelas importantes alterações introduzidas pelo ser humano na natureza e no meio ambiente. Esta nova extinção deverá se suceder às cinco precedentes, que estabeleceram o ritmo da vida na Terra.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), com sede na Suíça, que desenvolve estudos sobre 41.415 espécies (de um total de cerca de 1,75 milhão conhecidas) para elaborar sua lista vermelha anual, avalia que 16.306 dentre elas estão ameaçadas. Ou seja, um mamífero em cada quatro, uma ave em cada oito, um terço de todos os anfíbios e 70% de todas as plantas estudadas estão correndo perigo, segundo a UICN.

Será ainda possível frear esse declínio das espécies, que corre o risco de ampliar-se quando o nosso planeta atingir 9,3 bilhões de humanos em 2050? Os biólogos americanos Paul Ehrlich e Robert Pringle (da universidade Stanford, na Califórnia) acreditam que isso seja possível, com a condição de que diversas medidas radicais sejam tomadas no plano mundial. Eles apresentam essas medidas num relatório publicado em 12 de agosto na revista especializada americana "Proceedings of The National Academy Of Sciences" (PNAS - Minutas da Academia Nacional de Ciências), numa edição que dedica um dossiê especial à sexta extinção.

Em preâmbulo, os dois pesquisadores não hesitam a declarar que "o futuro da biodiversidade no decorrer dos próximos 10 milhões de anos será certamente determinado pelo que acontecerá nos próximos 50 a 100 anos que estão por vir, em função da atividade de uma única espécie, o Homo sapiens, que tem apenas 200.000 anos de existência". Se considerarmos que as espécies de mamíferos - às quais nós pertencemos - têm uma vida útil de um milhão de anos em média, isso coloca o Homo sapiens em meados da sua adolescência. Este "adolescente" mal-criado, "um narcisista que pressupõe a sua própria imortalidade, andou maltratando o ecossistema que o criou e o mantém em vida, sem preocupar-se com as conseqüências dos seus atos", acrescentam severamente Paul Ehrlich e Robert Pringle.



Consumo excessivo

Segundo os dois cientistas, é preciso insuflar uma mudança de mentalidade profunda, de maneira que a humanidade enxergue a natureza com outros olhos. Isso porque "a idéia segundo a qual o crescimento econômico é independente da saúde do meio ambiente e que a humanidade pode expandir indefinidamente sua economia é uma perigosa ilusão", afirmam Ehrlich e Pringle. Para enfrentar esta perda de rumo, é preciso começar controlando o ritmo da expansão demográfica e diminuindo nosso consumo excessivo dos recursos naturais, dos quais uma boa parte serve para saciar gostos supérfluos e não para as necessidades fundamentais. Por exemplo, a piscicultura e a avicultura são atividades menos onerosas em termos de transportes e de consumo de combustível, do que a criação dos porcos e dos bois, dois animais reunidos no sacrossanto cheeseburger com bacon...

Os autores do estudo propõem um outro ângulo de ataque: os serviços oferecidos pela biosfera são numerosos e gratuitos. Ela fornece as matérias-primas; os sistemas naturais de filtração das águas; a estocagem do carbono pelas florestas; a prevenção da erosão e das inundações pela vegetação, além da polinização das plantas por vários tipos de insetos e de pássaros. Por si só, esta última atividade movimenta cerca de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,4 bilhões) nos Estados Unidos. Com isso, seria extremamente necessário avaliar os custos dos serviços oferecidos pela natureza e incluí-los nos cálculos econômicos, de tal modo que se possa garantir sua proteção.

Para financiar o desenvolvimento das áreas protegidas, cujo número é insuficiente e que são excessivamente parceladas, Paul Ehrlich e Robert Pringle propõem que se recorra a fundações privadas dedicadas à conservação. Esta solução apresenta a vantagem de ser menos custosa para os contribuintes e permite gerar quantias importantes. Na Costa Rica, um fundo desse tipo, o Paz Con La Naturaleza, arrecadou US$ 500 milhões (cerca de R$ 800 milhões), quantia esta que servirá para financiar o sistema de conservação do país. É possível igualmente associar de maneira mais estreita pastores e agricultores nas tarefas de preservação da biodiversidade, evitando impor-lhes decisões em relação às quais eles não têm nenhum poder de controle, e com a condição de que a sua fonte de renda seja preservada. Esse processo deve ser viabilizado por meio de explicações e de uma melhor educação neste campo. Contudo, nada impede que esforços também sejam empenhados na restauração das áreas onde o habitat foi deteriorado.

Entretanto, os dois pesquisadores se dizem preocupados diante do divórcio crescente, nos países industrializados, entre a população e a natureza, divórcio esse gerado pela utilização intensiva da multimídia. Eles constatam que, "nos Estados Unidos, a expansão das mídias eletrônicas coincidiu com uma diminuição importante das visitas nos parques nacionais, depois de um crescimento ininterrupto que durou cinqüenta anos". Além disso, ao que tudo indica, fenômenos similares andaram ocorrendo em outros países desenvolvidos. Diante dessa tendência, mostrando com isso que eles também têm um senso inegável do que é oportuno, Paul Ehrlich e Robert Pringle propõem que se acrescente uma dimensão ecológica aos universos virtuais mais conhecidos, tais como o Second Life.



O FIM DO MUNDO?

Os primórdios da vida remontam a 3,7 bilhões de anos. Mas foi preciso esperar até a explosão do período cambriano, há 500 milhões de anos (Ma), para que apareçam os primeiros organismos marinhos complexos. A partir dessa data, cinco grandes extinções ocorreram.

A PRIMEIRA, HÁ 440 MA, fez desaparecerem 65% das espécies, todas elas marinhas.
Glaciações importantes, seguidas por um forte aquecimento teriam provocado grandes flutuações dos níveis marinhos.

A SEGUNDA, HÁ 380 MA, provocou a morte de 72% das espécies, em sua maior parte espécies marinhas. A catástrofe teria ocorrido devido a um esfriamento global que se sucedeu à queda de vários meteoritos.

A TERCEIRA, HÁ 250 MA, foi tão importante que a vida por pouco não conseguiu renascer. Segundo estimativas, 90% de todas as espécies (marinhas e terrestres) desapareceram. As causas dessa catástrofe até hoje vêm sendo debatidas, mas, acredita-se que imensas massas de lava em fusão que arrebentaram na Sibéria, possivelmente provocadas pela queda de um asteróide, alteraram profundamente o clima e diminuíram o oxigênio, o qual se dissolveu na água dos mares.

A QUARTA, HÁ 200 MA, é associada à abertura do oceano Atlântico e ao surgimento de importantes massas de lava em fusão que aqueceram o clima. 65% das espécies desapareceram.

A QUINTA, HÁ 65 MA, é a mais conhecida, uma vez que ela é associada ao desaparecimento dos dinossauros e de 62% das espécies. Entre as causas apresentadas estão a queda de um asteróide no golfo do México e o surgimento de importantes massas de lava em fusão na Índia.

MAIS PERTO DA NOSSA ÉPOCA, NO DECORRER DE UM PERÍODO QUE VAI DE 50.000 A 3.000 ANOS, antes dos nossos dias, a metade das espécies dos grandes mamíferos que pesavam mais de 44 kg desapareceu. Alguns pesquisadores incriminam principalmente o homem e consideram que a sexta extinção, aquela que é provocada pela ação do Homo sapiens, já começou.

Fonte: Le Monde

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

LULA, MINC E AS USINAS NUCLEARES

Lula, Minc e Gabeira em um protesto contra as Usinas Nucleares de Angra num dia qualquer de 1989. Parece que desses três só o então atual candidato a Governador do Rio de Janeiro Fernando Gabeira continua coerente com a opinião daquela época. Ou não?

Como são as coisas. O Presidente Lula que já fez protestos com seu atual Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc contra a construção de Angra III, agora entra para a história como o responsável pela reativação do questionável programa nuclear brasileiro.
A foto e texto abaixo foram publicadas no ótimo blog da Folha
CIÊNCIA EM DIA do jornalista Marcelo Leite.


Angra-3 e a metamorfose ambulante

Ninguém está obrigado a gostar de Raul Seixas a vida inteira, claro, nem a ser contra os transgênicos, contra a transposição do rio São Francisco ou contra a usina nuclear de Angra-3. Eu mesmo me divirto ouvindo as canções do roqueiro baiano e não morro de medo dos organismos geneticamente modificados, mas tenho sérias dúvidas sobre a transposição e as usinas termelétricas atômicas.

A julgar pela foto acima, enviada pelo incansável Roberto Smeraldi, quem exagera na "metamorfose ambulante" é Lula, nosso presidente. Como cita com freqüência a música homônima de Seixas, conclui-se que o ex-parceiro de Paulo Coelho é o único que ainda escapou do realismo governista (ou seria autocrítica de resultados?) do transpresidente.

Depois de rever posição sobre transgênicos e transposição, Lula já chamou usineiros de heróis, defendeu o desmatamento na Amazônia como exercício de soberania. E vai entrar para a história como o presidente que reativou o programa nuclear, completando a usina de Angra-3 e lançando a pedra fundamental de pelo menos mais quatro centrais termonucleares.

Como disse de início, tudo bem mudar de idéia. Nem por isso deixa de ser irônica a imagem da foto, uma passeata realizada em 1989 contra... Angra-3. Aquele de barba preta, à esquerda (sempre), é Lula, claro. O segundo da direita para a esquerda, com a camiseta espalhafatosa e a boca aberta para falar (sempre), é o atual ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, cuja primeira grande obra no governo depois de suceder Marina Silva foi ultimar a licença provisória de Angra-3, como seu mestre mandou (embora seja radicalmente contra - sempre). À sua direita (sempre), Fernando Gabeira, candidato a prefeito do Rio. Entre eles, de bigode (sempre), Jorge Bittar, e um ex-prefeito petista de Angra dos Reis, Neirobis.

Quase duas décadas depois, Lula e Minc começam a tirar Angra-3 do papel. Nada contra, pois têm autoridade e investidura para isso. Acho até uma grande idéia surfar a inevitabilidade da construção da central para extrair do governo o compromisso de, finalmente, providenciar um local para deposição permanente (o que não quer dizer definitiva nem final) dos rejeitos radiativos das usinas nucleares brasileiras, hoje provisoriamente acondicionados em tambores e piscinas. Se Marta Suplicy se tornou a ministra do relaxa-e-goza, quem sabe Minc não se transformará no ministro do relaxa-e-arranca?

Os manifestantes de 1989 provavelmente ririam do "compromisso" ora assumido. Se nem o local foi ainda escolhido, é piada acreditar que a construção do depósito comece antes de Angra-3 terminar.

Primeiro, porque ninguém combinou direito com os russos, quer dizer, com a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), responsável legal pela deposição. O presidente da Cnen, Odair Gonçalves, já lançou água fria no fervor licenciatório do empreendimento Lulaminc (Licenciamento Urgente para Lula, Amigos e Maganos, Inc.) avisando que não dá para fazer projeto sem saber nem quanto combustível terá de ser armazenado. E, na hora em que o local for escolhido, a população, movimentos sociais e o Ministério Público entrarão em ação - para não falar da necessida de licenciar a própria obra do depósito pelo... Ibama.

Para completar a metamorfose, só falta Lula ressuscitar o colar de hidrelétricas no rio Xingu, a montante de Belo Monte. Aquelas que os empreendedores dentro e fora de seu governo hoje juram de pés juntos que não serão necessárias.


Fonte: Blog Ciência Hoje - Marcelo Leite

sábado, 2 de agosto de 2008

Ursos matam e comem dois homens

Aqui no Brasil, em Cáceres, no Pantanal mato-grossense duas ONÇAS MATAM PESCADOR.
Agora leio que ursos-pardo, um dos maiores predadores do planeta, atacaram e mataram dois homens na Rússia.

E antes que alguém fale do "perigo" dos animais selvagens, vale realçar que quanto mais diminuirem os habitats naturais do planeta, mais casos como esses vão ocorrer.



Urso-pardo-de-Kamtchatka (Ursus arctos beringianus) é um dos maiores predadores do mundo; macho pode chegar a três metros /Reprodução


Ursos matam e comem dois homens na Rússia
da Efe, em Moscou

Um grupo de ursos que procurava comida matou e comeu dois homens na terça-feira (22) em uma zona mineradora na península de Kamtchatka, ao leste da Rússia, onde trabalham centenas de geólogos e mineradores.

O grupo de cerca de 30 ursos-pardos-de-kamtchatka se aproximou de duas minas de uma companhia mineradora local de platina, matou e comeu dois vigias, informou a agência de notícias Itar-Tass.

O urso-pardo-de-kamtchatka é um dos maiores predadores do mundo. O macho pode medir até três metros e pesar quase 700 quilos.

Cerca de 400 trabalhadores dessas companhias não quiseram retornar às minas por temer o ataque dos ursos, cuja população é estimada em 16 mil.

Fonte: Folha Online

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Johnny Depp - "astro verde"

Louvável a preocupação ecológica do ator Johnny Depp, mas me parece um tanto exagerado gastar meio milhão de dólares em um sistema de energia solar. Aparentemente ele acertou o remédio e errou na dose.



Johnny Depp gasta US$ 500 mil para tornar casa ecológica

Preocupado com o meio ambiente, o ator instalou sistema de energia solar em sua residência

Johnny Depp mostrou que dinheiro não é problema na hora de demonstrar sua preocupação com a natureza, informou o site “Female First” nesta sexta-feira (25).

Segundo o site, o ator gastou cerca de US$ 500 mil para instalar um sistema de energia solar em sua casa em uma ilha particular nas Bahamas.

Não é a primeira vez que o astro de “Piratas do Caribe” demonstra seu engajamento ecológico. Em junho, ele recebeu o título de “astro verde” durante evento da Disney que premiou personalidades preocupadas com o meio ambiente.

Fonte: Quem Online

Aquecimento global: degelo preocupante


Calota de gelo de 20 km quadrados se solta no Canadá

Da BBC Brasil
Um grande pedaço da calota de gelo do Ártico se desprendeu da costa do norte do Canadá, segundo cientistas canadenses.

Fotos de satélite mostram que o pedaço tem cerca de 20 quilômetros quadrados e se separou da Ilha Ellesmere. Este seria o maior pedaço da calota de gelo a se desprender na região desde que um pedaço de 60 quilômetros quadrados se desprendeu em 2005.

O pólo norte está novamente passando por um recuo rápido do gelo neste ano. Mudanças dramáticas estão ocorrendo na região e afetam o gelo no mar aberto e o que está preso à costa.

Rompimentos
Os cientistas, viajando com as Forças Armadas do Canadá, visitaram a área recentemente e descobriram novos rompimentos no gelo que se estendiam por mais de 16 quilômetros.

Junto à ilha Ellesmere ficava uma calota de gelo gigante que cobria quase 10 mil quilômetros quadrados.
Agora esta área de gelo recuou e se transformou em calotas menores que, juntas, cobrem pouco menos de mil quilômetros quadrados.

Com 440 quilômetros quadrados de tamanho e 40 metros de espessura, a Calota de Gelo Ward Hunt (WHIS, na sigla em inglês), de onde se desprendeu este último pedaço, é a maior calota de gelo remanescente da região.

Cientistas estudam a área, pois a região pode fornecer informações sobre o histórico do Ártico.

O processo de datação por radiocarbono é usado na madeira que ficou presa no gelo, no Fiorde Disraeli, e mostrou que a calota está na região por pelo menos 3 mil anos.

Mas, uma análise dos registros sugere que desde o início do século 20 o gelo que forma a Calota de Gelo Ward Hunt teve um recuo de cerca de 90%.

Mecanismo
Os pesquisadores acreditam que o mecanismo que manteve a estabilidade da Calota de Gelo Ward Hunt - água fresca saindo do Fiorde Disraeli e congelando debaixo da calota - pode ter sido prejudicado.

Se isto for constatado, o que restou da WHIS poderá desaparecer rapidamente.

A perda do gelo no Ártico tem implicações globais. O "guarda-sol" branco no topo do planeta reflete a energia do Sol diretamente para o espaço, ajudando a refrescar a Terra.

Maiores perdas do gelo do Ártico farão com que a radiação absorvida pela água do mar, mais escura, e pela terra sem a camada de gelo, possa esquentar o clima na Terra em uma taxa ainda mais rápida do que os dados atuais indicam.

Além disto, como ocorreu em 2005, as autoridades também terão que monitorar este novo pedaço de gelo que se desprendeu. Seu tamanho pode significar perigo para a navegação.
Fonte: UOL Ciência

Vizinho corta a árvore da atriz Arlete Salles

Vizinho - no mínimo indelicado - ataca árvore plantada pela atriz Arlete Salles.
Mesmo que ele tivesse motivos para solicitar uma poda, não tinha o direito de fazer o que fez.
E ele pode alegar quantas vezes quiser que trabalhou com o paisagista Burle Marx que não vai modificar sua deselegância.
O que parece mesmo é que faltou bom senso para resolver a questão.


Arlete Salles vai à Justiça contra vizinho que cortou árvore plantada por ela

Ela diz que foi surpreendida por 'gesto cruel' na sexta-feira (25). Atriz registrou o caso na 15ª DP e quer processar vizinho por danos morais.

Cláudia Loureiro
Do G1, no Rio


A espécie é conhecida como pata-de-vaca (Foto: Alice Assumpção / G1)

A atriz Arlete Salles está desolada. Depois de se surpreender com a atitude de um vizinho que, sem comunicar, cortou os galhos de uma árvore que a atriz plantou há dois anos em frente a sua casa, na Gávea, Zona Sul, ela quer agora punição. A notícia foi publicada na coluna de Ancelmo Gois nesta terça-feira (29).

Depois de fazer o registro do caso na 15ª DP (Gávea), a atriz quer entrar com um processo por danos morais contra o vizinho. “Eu mesmo plantei na calçada da minha casa e fui acompanhando o crescimento dela, que hoje está parcialmente destruída. Na sexta-feira (25), fui surpreendida por esse gesto cruel. Ele me desrespeitou, além de me atingir financeiramente porque gastei muito dinheiro com essa árvore”, diz.

Em entrevista ao G1 nesta terça-feira (29), a atriz falou também que procurou a Fundação Parques e Jardins para denunciar o caso. “Vou defender e vou lutar pela punição”, completou.

'Fui desrespeitada', diz atriz


Arlete Salles está no seriado "Toma Lá, dá cá" (Foto: Willian Andrade / Divulgação)

A atriz, que tem outras árvores no jardim de casa, diz que plantou a espécie, uma pata-de-vaca, na melhor das intenções. “Plantei do lado de fora para beneficiar a todos. Estou me sentido desrespeitada. Chorei muito. Tive um fim de semana péssimo”, desabafa.

Arlete, que faz a Copélia do seriado "Toma lá, dá cá", diz que não entende o vizinho. “Não sei por que ele fez isso. Mesmo se o atingisse, qual era a atitude dele? Me procurar e falar do desagrado. O que não está certo é ele pegar o facão, ou melhor, o empregado dele, a pedido dele, pegar o facão e cortar a árvore”, lamenta.

Segundo ela, mesmo após o registro na delegacia, o vizinho não a procurou para se explicar. “Ele não me procurou e a minha advogada me proíbe de falar com ele. Acho também que não tem mais conversa. O caso já está entregue às pessoas competentes. Agora seria uma lamentável discussão”, diz desolada com a atitude.


Árvore está 'muito frágil', segundo a atriz (Foto: Alice Assumpção / G1)

Arlete conta que o mesmo vizinho já tinha causado problema em outra situação. “Ele (o vizinho) aluga a casa e a pessoa que estava se mudando já tinha dado uma trombada na árvore. O carro de mudança bateu nela e eu não disse nada, não comuniquei nada, só chamei o jardineiro.”

A preocupação da atriz é tentar salvar a espécie. “Ele fez muito mal a planta porque é o corte de uma pessoa que não tem nenhum conhecimento de paisagismo. Ela está muito frágil, mas o meu jardineiro já fez um corte correto para tentar salvá-la.”

A primeira vitória Arlete já conseguiu. “O importante é que não fique a impunidade. E ele não vai se dar bem porque a árvore continua de pé”, fala esperançosa.

Procurada pelo G1, a delegada da 15ª DP foi não localizada para comentar o caso.


O outro lado:

'Podei em benefício de todos', diz vizinho de Arlete Salles

Dono da casa ao lado, Leonardo Musafir mandou cortar a árvore da atriz.
Arquiteto conta que galhos quase danificaram carro e ainda há risco de acidentes.
Alícia Uchôa
Do g1, no Rio



Vizinho da atriz diz que árvore pode danificar o carro (Foto: Alícia Uchôa / G1)

Vizinho de porta da atriz Arlette Salles, o arquiteto Leonardo Musafir ficou surpreso com o processo que corre na Justiça por ter mandado podar a árvore da calçada, a menos de cinco metros de sua casa, na Gávea, Zona Sul do Rio. Revoltada com o corte de dois galhos da planta que cuida há anos, a atriz registrou queixa contra ele na delegacia do bairro.

"Fiz um benefício para todos. Tive a sorte de não ter tido o carro danificado. Ela não tem esses direito. Se fosse qualquer outra pessoa iria ao Parques e Jardins, que ia orientar o tratamento correto para que a árvore não crescesse nessa direção. Já bati várias vezes com a cabeça nesse galho e outras pessoas ainda podem bater", conta Leonardo, de 82 anos, que já trabalhou com o paisagista Burle Marx.

Leonardo diz que compareceu à 15ª DP (Gávea) na terça-feira (29) para prestar esclarecimentos. "Ela está ficando esclerosada", disparou o arquiteto, que afirma já ter conseguido apoio de vizinhos e vai contratar uma perícia para analisar o crescimento e a poda da árvore.

Atriz está desolada

Em entrevista ao G1 na terça-feira (29), a atriz falou que ficou desolada com a atitude do vizinho que, sem comunicar, cortou os galhos da árvore plantada por ela. Além de ir à delegacia, a atriz quer entrar com um processo por danos morais contra o vizinho.

“Eu mesmo plantei na calçada da minha casa e fui acompanhando o crescimento dela, que hoje está parcialmente destruída. Na sexta-feira (25), fui surpreendida por esse gesto cruel. Ele me desrespeitou, além de me atingir financeiramente porque gastei muito dinheiro com essa árvore”, disse.

Fonte: G1

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cerol quase mata Coruja



Coruja tem asa ferida por linha com cerol em MG

Animal foi encontrado pela Polícia de Meio Ambiente e levado para clínica.
Veterinário diz que ele deve ser solto em mata nativa na terça-feira.

Do G1, com informações do Bom Dia Minas

O uso de linha com cerol em pipas é um risco também para as aves. Por pouco, uma coruja não perdeu a asa, no domingo (27), em Contagem (MG).

A ave foi encontrada ferida pela Polícia de Meio Ambiente e levada para uma clínica veterinária que presta serviço voluntário.

Ela estava com um corte na asa direita e recebeu atendimento.

Segundo o veterinário, a coruja deve ser solta na terça-feira (29) em uma área de mata nativa.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Audiência Pública debate as PCHs na bacia do rio Cubatão

O Projeto da PCH Canto do Schuch prevê o desvio do rio e a cachoeira da RPPN Rio das Lontras seria secada. Foto: Fernanda Kock


Implantação de PCHs em Santo Amaro da Imperatriz será tema de audiência pública.
Uma das PCHs tem seu projeto bem em cima da RPPN Rio das Lontras.



A Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa vai promover uma audiência pública para discutir a provável instalação de seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) nos municípios de Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz.

Preocupadas com os possíveis impactos dos empreendimentos, a comunidades das duas cidades mobilizaram-se contra a recente liberação de licenças emitidas pela Fatma, autorizando a construção.
Lideranças políticas e empresariais questionam também o fato de que o processo de liberação das PCHs ter ocorrido sem o conhecimento e a participação da sociedade local, ferindo uma importante diretriz da Política Nacional de Recursos Hídricos que diz que a gestão deve ser descentralizada e contar com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades. O evento começa às 19 horas, no Sindicato de Trabalhadores Rurais de Santo Amaro da Imperatriz.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Brasil e as mudanças climáticas



Brasil é 42º país menos vulnerável a mudanças climáticas, diz consultoria
Da BBC Brasil

O Brasil é o 42º país menos vulnerável ao impacto das mudanças climáticas, de acordo com um ranking preparado pela consultoria de risco britânica Maplecroft.

O Climate Change Vulnerability Index (CCVI) - Índice de Vulnerabilidade à Mudança Climática, em tradução livre - analisou a capacidade de 168 países de suportar e se adaptar aos efeitos das mudança climáticas.

No índice, o Canadá aparece como o país mais preparado para lidar com o problema e, portanto, menos vulnerável, seguido de Irlanda, Noruega, Dinamarca e Suécia.

Uma das surpresas do ranking foi a posição ocupada pelo Uruguai, que é o 9º país menos vulnerável. Os Estados Unidos aparecem em 11º , e o Reino Unido, em 12º.

Entre os países latino-americanos, o Suriname ficou em 24º, o Chile em 29º, e a Argentina em 36º. O país mais vulnerável é Comores, seguido de Somália, Burundi, Iêmen e Níger.

Análise

O CCVI não tenta prever mudanças na ocorrência de desastres naturais - como secas, enchentes e tempestades - ou em ecossistemas em consequência da mudança climática.

Em vez disso, a análise se concentra na "capacidade de indivíduos, comunidades e sociedades de mitigar os riscos" que resultam dessas mudanças na ocorrência de desastres naturais.

Ao analisar a vulnerabilidade de cada país, os autores levaram em conta fatores diversos divididos em seis grupos: economia, recursos naturais e ecossistemas, pobreza, desenvolvimento e saúde, agricultura, população e infra-estrutura e instituições e governo.

A Maplecroft utilizou dados de agências da ONU, do Banco Mundial e da Comissão Européia, entre outras instituições.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 8 de julho de 2008

PCHs - CACHOEIRAS EM CHEQUE

A construção de mais de 200 PCHs em SC pode fazer cenas como essa serem cada vez mais raras.

Reportagem principal do Jornal Diário Catarinense dessa segunda-feira aborda a questão da construção de seis PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) na bacia do rio Cubatão, que margeia a maior Unidade de Conservação de Santa Catarina, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.

Um desses projetos é bem em cima da RPPN Rio das Lontras. A "idéia" dos investidores é construirem uma barragem e praticamente secar a maior beleza cênica da Reserva, a cachoeira com mais de 60 metros de quedas e desviarem o rio Caldas do Norte (ou Forquilhas) através de um duto rasgando a Mata Atlântica protegida por nós.

Mas não podemos esquecer as outras tantas agressões - muitas vezes até mais graves - e que passam desapercebidas pela maioria das pessoas: o uso absurdo e indiscriminado de agrotóxicos, a caça sempre presente nas matas, o desmatamento a olhos vistos, a poluição sistemática, a falta de um modelo educacional eficaz, o plantio de monoculturas como o pinus e eucaliptos incentivadas pelos órgãos governamentais, a falta de políticas em prol da preservação do meio ambiente.


Moradores, como Carlos Eduardo, que trabalha numa operadora de rafting questionam prejuízo ao turismo ecológico.

Reportagem Especial - Ambiente
Ângela Bastos - DC

Polêmica em torno das usinas

A possível instalação de seis usinas hidrelétricas no Vale das Termas, que abrange os municípios de Santo Amaro da Imperatriz e de Águas Mornas, é motivo de uma reunião hoje à tarde na sede da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). No encontro, representantes dos dois municípios da Grande Florianópolis contrários ao empreendimento vão tentar sensibilizar os técnicos da Fatma.

O grupo irá entregar um abaixo-assinado que circula nas duas cidades, apresentar fotografias das faixas espalhadas na região como alerta dos riscos às comunidades que dependem da natureza exuberante e cópia da Lei número 1.898, de 30 de junho de 2008, que trata da proibição da expedição de alvará de licença e de funcionamento de Grandes, Médias e Pequenas Hidrelétricas em Santo Amaro da Imperatriz.

- Sabemos que é a União que concede a autorização para exploração da energia elétrica, mas é o município que deve outorgar causas relacionadas ao solo - observa o vereador Manoel Eugênio Bosle (PSB), autor da lei aprovada na Câmara Municipal de Santo Amaro da Imperatriz.

Em Águas Mornas, onde estão previstas a instalação de três das seis usinas, o Plano Diretor inclui a necessidade de audiências públicas para obras de impacto ambiental.

- A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) toma decisões sem passar pelo crivo dos grupos que formam as bacias hidrográficas. Além disso, quem licencia é a Fatma (Fundação do Meio Ambiente), embora seja a Secretaria de Recursos Hídricos que gerencie os recursos - compara Luis Gonzaga dos Santos, do Comitê Rio Cubatão Sul.

A engenheira Graciela Canton, da Fatma, explica que o processo de tramitação para aquisição da licença prévia que confirmou a viabilidade da instalação das PCHs ocorreu dentro da normalidade. Conforme ela, pelos menos 200 pedidos de licenciamento existem hoje no Estado.

- A atividade é considerada como de energia limpa. Este é um dos fatores que faz com que os órgãos responsáveis pela emissão de licenças não tenham instrumentos para negar as solicitações - diz Graciela.

Além disso, na época, existia um documento da prefeitura com posição favorável. Não havia, até então, manifestação contrária das autoridades e moradores, como ocorre hoje.

Mesmo assim, diz, foram emitidas condicionantes para começar a instalação das usinas, as quais só sairão do papel depois que ser observadas.

Um dos pontos polêmicos envolve a prática de atividades relacionadas ao esporte (rafting e vôo livre) e de turismo. Mas os empreendedores apresentaram como resposta ser possível manter as duas atividades e trouxeram exemplos do que ocorre, por exemplo, no Rio Itajaí-Açu.


Comunidades de Santo Amaro da Imperatriz e Águas Mornas têm receio de que, além do desaparecimento de 180 mil metros de Mata Atlântica, a presença de máquinas e turbinas altere o cotidiano local.


PASSO A PASSO

- Em outubro de 1997 é regulamentada a lei que criou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a União passou a conceder licenças para a iniciativa privada explorar os serviços públicos na área de geração, transmissão, distribuição da energia elétrica em todo o território nacional.
- Em 2001, a Adiplan Incorporadora Ltda, de São Paulo, e seu representante em SC, o engenheiro Hélio Machado dos Santos, demonstram interesse na construção de hidrelétricas no Rio Cubatão, limite com Águas Mornas.
- Um estudo aponta potencial para três usinas no Rio Cubatão e três no Rio Caldas do Norte (também conhecido como Rio Forquilhinha) com potência que varia de 1 Mega Watts e menos de 30 MW. Usinas classificadas como PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).
- Em 2004, depois de análises e disputas, a Aneel aceita os seis projetos básicos das PCHs Antonio Munhoz Bonilha, João Eloi, Santo Amaro, Sacramento, Canto do Schulwz e Caldas do Norte.
- Em 2006, a Fatma comunica aos investidores que os Estudos Ambientais Simplificados, protocolados em 2004, precisam ser complementados porque surgiram novas exigências. Estudos foram refeitos pela Empresa SocioAmbiental Consultores Associados.
- Em dezembro de 2007, a Fatma emite Licenças Ambientais Prévias.

Moradores temem impacto ambiental

Os adeptos das práticas esportivas na Bacia do Cubatão reclamam que foram surpreendidos pela notícia da instalação das seis usinas. Uma delas com 22 metros de altura. Para eles, ainda que sejam Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), a presença das máquinas e turbinas irá causar impacto ambiental e alterar a vida das comunidades. Estima-se que 180 mil metros de Mata Atlântica irão desaparecer.

Os esportistas temem que atividades desenvolvidas na região como rafting, rapel, trilhas, vôos, expedições nas matas e nas águas dos rios sejam prejudicadas. Outra preocupação é com as águas termais e suas funções terapêuticas, consideradas, segundo pesquisas, como uma das melhores do planeta. Suspeitam que o uso de dinamites para explosão de rochas mexa com as camadas inferiores e provoquem o deslocamento de placas subterrâneas, alterando a qualidade das nascentes.

O movimento Rio Cubatão Vivo lidera as manifestações. Os ativistas defendem que o mesmo faz parte da sustentabilidade de toda Grande Florianópolis, e que já sofre com degradações. A bacia é responsável pelo abastecimento de cerca de 500 mil moradores da região.

- O projeto mostra que trechos dos rios serão secos, outros alagados e que a mata ciliar vai desaparecer em vários pontos - observa Carlos Eduardo, de uma empresa de rafting.

Para Carlos, o famoso Salto do Cubatão, com uma vazão média de 12 metros cúbicos por segundo, irá desaparecer. O mesmo passará a ter um fio de água chamado de vazão sanitária, que corresponde a dois metros cúbicos por segundo.

Dia 23, às 19h, vai ser realizada uma audiência no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Amaro da Imperatriz. O objetivo, explica Carlos Eduardo, é fazer com que a comunidade possa acompanhar o desenrolar dos processos.

O movimento Rio Cubatão Vivo lidera as manifestações contrárias à instalação das seis hidrelétricas na região.


Usinas vão custar R$ 50 milhões

Hélio João Machado se define parceiro da Adiplan Incorporadora Ltda nos projetos das PCHs dos rios Cubatão do Sul, em Santo Amaro da Imperatriz, e Forquilhas, em Águas Mornas.

Machado, que mora em São José, também na Grande Florianópolis, conta que já foram gastos cerca de R$ 1 milhão (projetos ambientais) e estima custo de R$ 50 milhões para implantação das seis usinas.

- Depois, com as licenças em mãos, vamos em busca dos parceiros. Por enquanto, não coloquei nada do meu bolso e nem é a intenção. A Adiplan tem conhecimento de mercado e conhece bem a realidade - diz.

Conforme Machado, empresas (hotéis, médias indústrias, shoppings, pequenas empresas) poderão comprar a energia das PCHs.

- Não haverá danos ambientais. Nenhuma propriedade será atingida. A pouca mata ciliar que será comida vai ser devolvida através das contrapartidas - argumenta.

O engenheiro assegura que mesmo o rafting também não terá prejuízos.

- A usina de cerca de 22 metros de altura será ancorada por dois lados de rocha maciça - explica.

Ainda de acordo com o profissional, com as seis usinas, a potência será de 14,23 MW, que poderão abastecer cerca de 60 mil habitantes e capaz de gerar 70 empregos fixos por unidade após a implantação.

Fonte: Diário Catarinense / Fotos: Guto Kuerten

sábado, 5 de julho de 2008

Prazo para a humanidade



Humanidade tem 7 anos para estabilizar emissões, diz IPCC

O presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da Organização das Nações Unidas, Rajendra Pachauri, afirmou que a humanidade tem apenas sete anos para estabilizar as emissões de gases que causam o efeito estufa.

"Temos uma janela de oportunidade de apenas sete anos, pois as emissões terão que chegar ao máximo até 2015 e diminuir depois disso. Não podemos permitir um atraso maior", afirmou. Pachauri disse a ministros da União Européia, que participam de uma reunião de dois dias em Paris, que as tentativas de enfrentar o problema vão fracassar se o bloco não assumir a liderança nas negociações mundiais.

"Se a União Européia não liderar, temo que qualquer tentativa de fazer mudanças e de gerenciar o problema da mudança climática vai desmoronar", disse. "Vocês não conseguirão trazer os Estados Unidos, a América do Norte (para as negociações). Vocês não conseguirão trazer outros países do mundo também."

Limite

A União Européia quer limitar o aquecimento total desde a época pré-industrial a dois graus, objetivo também estabelecido por muitos cientistas.

Pachauri também alertou para esta meta, pois, segundo ele, estão surgindo provas de que a mudança climática está se acelerando mais do que o previsto. Ondas de calor e enchentes estão aumentando e as temperaturas subindo, o que causa o derretimento das geleiras.

Atualmente estão ocorrendo negociações para um novo acordo global que possa substituir o Protocolo de Kyoto, quando seu prazo de vigência for encerrado em 2012.

Em 2007 o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore dividiram o prêmio Nobel da Paz, pelo trabalho de pesquisa e alerta a respeito do aquecimento global.


A pergunta que não quer calar: Quando será que eles vão se tocar?
Fonte: BBC Brasil
Imagens: Web

terça-feira, 1 de julho de 2008

Puma capturado no Paraná

Puma foi capturado por bombeiros e depois foi atendido por veterinários (Foto: Reprodução/TV Paranaense)

Sempre é preocupante quando animais silvestres aparecem em áreas urbanas. Geralmente é um sintoma de que algo vai de muito errado em seu habitat natural.

Puma surpreende moradores de Cambé

Animal foi encontrado na segunda-feira (30) e levado para um hospital veterinário.
Segundo especialistas, ele saiu de mata em busca de comida.

Do G1, em São Paulo, com informações da TV Paranaense

Moradores de um bairro na periferia de Cambé (PR) levaram um susto, na segunda-feira (30), depois de receberem a visita inesperada de um puma com fome e nervoso. Foi uma correria no bairro. “Aqui a gente vê cobra e escorpião, mas é diferente. Quase não vemos isso”, diz uma moradora.

Os bombeiros foram chamados e chegaram depressa para acalmar os moradores e o animal. Três dardos com tranqüilizantes acertaram o animal. Na gaiola, ficou mais fácil identificar o puma que, segundo os bombeiros, é macho e jovem, com cerca de 60 quilos.

Ele foi levado para o hospital veterinário da Universidade Estadual de Londrina e de lá seguiu para um parque ecológico. Segundo especialistas, o animal saiu de uma mata na região em busca de comida.

Brasil é lider em desmatamento


QUE TRISTEZA, BRASIL!


Brasil é líder total em desmatamento, mostra novo estudo

CLAUDIO ANGELO
Editor de Ciência da Folha de S.Paulo

As florestas tropicais do mundo todo encolheram o equivalente a mais de um Estado de São Paulo entre 2000 e 2005. E quase metade dessa destruição aconteceu --onde mais?-- no Brasil.

Os dados são de um estudo americano publicado na edição de hoje da revista "PNAS". Eles mostram que, nesses cinco anos, o país foi campeão de área absoluta desmatada e de velocidade de devastação.

A análise, justiça seja feita, não capturou todo o período no qual o desmatamento esteve em queda no país (entre julho de 2004 e agosto de 2007).

Mesmo assim, com 3,6% de perda na Amazônia em relação ao total de floresta que havia em pé no ano 2000, o país ganhou até da Indonésia --dona da indústria madeireira mais predatória do mundo. Na África, onde a pressão do agronegócio industrial ainda não chegou, a taxa foi de 0,8%.

O estudo, liderado por Mathew Hansen, da Universidade do Estado de Dakota do Sul, contabilizou 272 mil quilômetros quadrados de florestas perdidas na América Latina, na África e no Sudeste Asiático.

A fatia do leão coube ao Arco do Desmatamento brasileiro, em especial Mato Grosso. "Por área, o Brasil responde por 47,8% de toda a derrubada de florestas tropicais, quase quatro vezes mais do que o segundo maior [desmatador], a Indonésia, que tem 12,8% do total", dizem os pesquisadores.

Apesar de sistemas de monitoramento do desmatamento não serem novidade nenhuma para um país como o Brasil, o novo trabalho é um dos primeiros a estipular a área desmatada nesse bioma no mundo todo.

Esse tipo de monitoramento é crucial numa época em que o mundo reconhece a importância do desmatamento como fonte de gases-estufa e que países tropicais pleiteiam receber dinheiro na forma de créditos de carbono por controlá-lo.

"Muitos países não têm sistemas como o do Brasil, então a abordagem pode ser útil na capacitação para monitorar florestas", disse à Folha Ruth DeFries, da Universidade de Maryland, co-autora do estudo.

DeFries e colegas desenvolveram uma metodologia que combina imagens dos satélites Modis (mais rápidos) e Landsat (mais preciso). Em vez de olhar imagem por imagem de país por país, o grupo pegou uma amostra limitada de imagens e extrapolou o desmatamento para regiões vizinhas. "É uma abordagem estatística" diz Carlos Souza Jr., do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que já trabalhou com DeFries.

Segundo ele, a correlação encontrada pelo grupo foi "muito boa". Ou seja, a notícia é muito ruim.

domingo, 29 de junho de 2008

Governo distribui dinheiro para ações ecológicas

Ricardo e Aninha em um dos lugares preferidos dele no Canadá.


Olhem só que curioso! Tenho um irmão que mora em Vancouver, Canadá, onde trabalha e possui cidadania canadense.
Ricardo é Engenheiro Agrônomo e nos escreveu contando um fato que merece registro:

"...Hoje recebi pelo correio 2 cheques de $100, um prá mim e outro prá Aninha, enviados pelo governo da província a título de "dividendos da ação climática". E junto uma listinha sugerindo onde gastar o dinheiro em prol do meio-ambiente. E sugerem comprar lâmpadas fluorescentes, mandar regular o motor do carro, colocar melhores isolantes nas janelas, e por aí vai..."

E continua: "...Eles estão pagando $100 por cada membro da família. Um casal amigo com 3 filhos levou $500! Dá prá acreditar nisso?


E termina comentando que a gente tá tão acostumado a ser esfolado pelos impostos e taxas que quando vem um negócio assim, dá prá desconfiar...

Mas que a intenção é boa, é!

Foto: Arquivo pessoal.

domingo, 15 de junho de 2008

Tráfico de animais 2ª parte

Segunda reportagem do SBT sobre tráfico de animais silvestres no Brasil. Material exibido no dia no dia 11 de junho, com reportagem de Fabio Diamante, Thiago Bruniera e Ronaldo Dias



sábado, 14 de junho de 2008

Tráfico de animais

O tráfico de animais selvagens, terceiro maior do mundo, menor apenas que os tráficos de drogas e de armas, tem crescido sistematicamente, contribuindo para a redução do número de espécies soltas na natureza.

Reportagem do SBT sobre o tráfico de animais silvestres no Brasil mostra a facilidade com que se comercializam animais silvestres, crime ambiental, sem nenhuma ação das autoridades. Reportagem de Fabio Diamante, Thiago Bruniera e Ronaldo Dias.


quarta-feira, 11 de junho de 2008

"Indiana Jones" e os Tigres



"Indiana Jones" se junta ao Banco Mundial para salvar tigres

WASHINGTON (Reuters) - Os atores Harrison Ford, Bo Derek e Robert Duvall aderiram nesta segunda-feira a uma nova iniciativa global do Banco Mundial para salvar os tigres da extinção.

Embora o foco da agência seja a luta contra a pobreza, em algumas ocasiões o Banco Mundial também participa de projetos em prol de espécies ameaçadas.

A Iniciativa de Conservação dos Tigres reunirá especialistas ambientais, cientistas e governos para tentar conter a caça e o tráfico de peles, carne e outras partes dos animais, usadas especialmente em medicamentos tradicionais asiáticos.

Ford, ativista de longa data e estrela da série de filmes do arqueólogo "Indiana Jones", disse que os esforços só vão dar certo se as comunidades locais estiverem envolvidas na conservação.

"Ao se comprometer a ajudar os tigres selvagens, o Banco Mundial está anunciado sua intenção de ser um líder global na conversação da biodiversidade", disse Ford no evento do Zoológico Nacional Smithsonian, de Washington.

Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, qualificou de "chocante" o declínio no número de tigres nos últimos cem anos -- de mais de 100 mil a menos de 4.000.

O desmatamento e a urbanização são as principais causas da ameaça aos tigres na Ásia Central, na China e nas ilhas indonésias de Bali e Java.


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Águia símbolo dos Estados Unidos leva tiro

Até onde chega a crueldade humana?
Nem o animal símbolo dos EUA escapa ilesa de um tiro do país que mais cultua armamentos.

Águia ganha bico de plástico
A águia 'Beauty' teve o bico mutilado após um tiro. Ave está em recuperação em Idaho, nos EUA.
Do G1, em São Paulo



Crueldade: A Águia 'Beauty' perdeu boa parte de seu bico com um tiro.


Ontem ela passou por uma intervenção cirúrgica e ganhou uma prótese. Na foto um biólogo e uma dentista verificam o ajuste do bico artificial, pouco depois da realização da cirurgia realizada ontem.


No momento ela usa esta prótese provisória, até receber uma em definitivo.
Fotos: AP
Fonte: G1

quinta-feira, 5 de junho de 2008

DIA NACIONAL DA RPPN


05 de junho: DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE


E FICA A PERGUNTA:

Quando teremos O DIA NACIONAL DA RPPN?

Mario Mantovani chama o PAC de desgraça ambiental

O Diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica Mario Mantovani

São poucos os que andam colocando o dedo na ferida.

No Dia Nacional do Meio Ambiente Mario Mantovani tocou na ferida e em pleno Palácio do Planalto falou com todas as palavras o que é o PAC: "Uma desgraça ao Meio Ambiente!"

Ir contra um governo que tem altas taxas de popularidade e que parece ser imune aos diversos escândalos que já ocorreram é, no mínimo, um ato de coragem e digno de aplausos.

Diretor de ONG diz que PAC é 'desgraça ambiental'
Mário Mantovani atacou programa de desenvolvimento do governo.
Ministro discordou e disse que projetos podem ser feitos sem destruição da mata.

JEFERSON RIBEIRO
Do G1, em Brasília

O diretor de mobilização da ONG SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, disse nesta quinta-feira (5), durante cerimônia em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “é uma desgraça do ponto de vista ambiental”. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, discordou do colega ambientalista.

“O PAC é uma desgraça do ponto de vista ambiental. A atitude agora é baixar a bola para que não avancem com esses devaneios desenvolvimentistas. O governo Lula tem sido muito ruim do ponto de vista ambiental”, afirmou o ambientalista.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que discorda do colega e citou seu trabalho no Rio de Janeiro para exemplificar como é possível que os projetos de infra-estrutura caminhem ao lado da preservação ambiental.

“Eu discordo. Eu acho que é possível desenvolver o país, sem destruir o meio ambiente. Eu dou como exemplo sempre os licenciamentos ambientais que fizemos no Rio de Janeiro, que foram muito rigorosos e com padrões de emissão muito mais rigorosos que os nacionais. É o que vamos fazer aqui”, disse.

Foto: Arquivo pessoal Mario Mantovani

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Dica: site do IBGE


Belo site que vale acessar:

SITE DO IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (um Show a parte)

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Vale colocá-lo entre os favoritos.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Ativistas nuas

Sem roupas, ativistas protestam contra uso de pele na Austrália

Manifestação ocorreu em um parque, no centro de Sydney.
Eles seguravam cartazes que diziam 'melhor não usar nada do que usar pele de animais'.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Índios isolados correm perigo



ENTREVISTA COM JOSÉ CARLOS MEIRELLES

Há 37 anos na Funai, sertanista reclama da estrutura do órgão e da falta de recursos

Decisões sobre Amazônia são tomadas no "Sul maravilha"
LUCAS FERRAZ - Folha de São Paulo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Sertanista José Carlos Meirelles, 60, alerta que índios isolados, como os que vivem no Acre e vieram ao conhecimento público em fotos divulgadas na semana passada, correm sério risco. "Eles podem não desaparecer fisicamente, mas vão desaparecer culturalmente se a situação continuar como está." Para Meirelles, são os próprios índios isolados que não querem contato, seja com homens brancos ou índios aculturados.
O sertanista, que trabalha na Funai (Fundação Nacional do Índio) desde 1971, reclama da falta de estrutura do órgão e dos parcos recursos disponíveis: "Plantamos tudo que comemos, porque, se for comprar, o dinheiro não dá. O que gastamos por ano é uma merreca, além de que os índios não são eleitores."
Queixa-se ainda do fato de as grandes decisões sobre a Amazônia serem chanceladas, segundo ele, "no Sul maravilha, sem consultar o povo daqui [da floresta]".

Paulistano, Meirelles largou a engenharia para trabalhar na Funai. Membro do Departamento de Índios Isolados do órgão desde a sua criação, em 1988, e coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental do rio Envira, no Acre, o sertanista falou à Folha na última sexta-feira à noite, por telefone, da cidade de Feijó (AC). Contou rindo como levou uma flechada no rosto, mas mudou a voz e se esquivou de comentar sobre um dos traumas de sua vida, quando, para sobreviver, precisou matar um índio.

FOLHA - É possível haver grupos indígenas autônomos que nunca tiveram contato com a sociedade?
JOSÉ CARLOS MEIRELLES - Não existe nenhum grupo indígena que não tenha tido contato. Esses índios sabem da existência dos homens brancos, eles já viram e usam instrumentos de ferro encontrados em acampamentos de madeireiros. Eles não querem é contato, mas claro que sabem da nossa existência.

FOLHA - Os índios isolados correm risco de desaparecer?
MEIRELLES - Eles correm sério risco. Podem não desaparecer fisicamente, mas vão desaparecer culturalmente se a situação continuar como está. Sabemos de alguns índios isolados que sofrem pressão, mas não temos como acolher todas as demandas. Temos pouca gente e pouco dinheiro. Não são só os índios [que estão ameaçados], mas todo o povo da Amazônia, inclusive os brancos. Tudo é decidido no Sul maravilha, em Brasília, sem consultar o povo daqui. O pacote chega pronto, acham que somos um bando de idiotas e fazem um monte de trapalhadas. Tem que se desenvolver a Amazônia, mas com racionalidade. E os índios isolados são os mais fracos, porque dependem literalmente do ambiente onde vivem.

FOLHA - Como é a relação desses índios isolados com os aculturados?
MEIRELLES - Eles também não têm contato, alguns grupos são até inimigos. Quando se encontram, eles se matam.

FOLHA - Há conflitos entre eles?
MEIRELLES - Sim, aqui no Acre houve uma guerrinha entre índios isolados e não isolados. Esses povos eram inimigos tradicionais. O problema é que os índios não isolados repetem o discurso dos brancos: índio bravo não é gente, é bicho. Os aculturados, na maioria das vezes, têm mais preconceito em relação aos isolados do que nós.

FOLHA - A Funai quer um controle epidemiológico no entorno das áreas onde vivem os povos autônomos, já que eles têm baixa imunidade. Como está a saúde deles?
MEIRELLES - Por enquanto vai bem. Monitoramos o território, mas eles andam muito. Se pegam um facão dos brancos com o vírus da gripe, e esse vírus vai para a aldeia, faz um arraso. Vai morrer muita gente. A idéia é boa, uma das maneiras de se resguardar esses povos é proteger a saúde do entorno. Estará sendo evitada a contaminação pelos índios de uma doença que tem características que eles nem conhecem, como gripe e sarampo, coisas que eles ainda não têm.

FOLHA - Há uma situação de violência contra os índios no lado peruano, principalmente por parte de madeireiros. Como está no Acre?
MEIRELLES - Aqui os madeireiros ainda não chegaram. Ainda. Do outro lado a coisa pega. Quase 90% do mogno exportado para o mundo sai da região, há milhares de madeireiras, legais e ilegais. Estão matando índio adoidado. Quem mora do lado de lá corre para cá, porque se ficar vai morrer. Ou corre ou morre, essa é a política indigenista deles.

FOLHA - Mas aqui também há muitos problemas.
MEIRELLES - Há problema por todos os lados. No norte de Mato Grosso há confusão por causa da madeira, da soja. Em Roraima é a questão da Raposa/ Serra do Sol. Aliás, a temporada de caça à raposa está aberta. Tivemos a idéia de colocar esses índios na mídia [com a divulgação das fotos] porque há muita gente que acha que eles não existem. E também porque, pelo que está acontecendo na Amazônia, é só uma questão de tempo para essa desgraceira chegar aqui. Só falta chegarem os madeireiros de Rondônia e acabarem de desgraçar com o resto. Se não houver essa campanha na mídia, a Amazônia que eu conheci vai acabar.

FOLHA - Os sobrevôos para monitorar os índios não são freqüentes, como o sr. disse. Falta estrutura para trabalhar?
MEIRELLES - Gostaria que [os sobrevôos] ocorressem duas vezes por ano, mas falta dinheiro, é muito caro. O Estado brasileiro repassa pouco dinheiro para a Funai, e recebemos ainda menos para os índios isolados. Trabalhamos com poucos recursos, plantamos tudo que comemos, porque, se for comprar, o dinheiro não dá.
O que gastamos por ano é uma merreca, além de que os índios não são eleitores. Precisamos de uma estrutura melhor, mais pessoas trabalhando. Moramos na base, passamos o ano lá, de vez em quando vamos para a cidade [de Feijó]. Só tem um rádio velho, não tem internet, não tem telefone. Acontece alguma coisa, morremos por lá mesmo. A Funai não treinou gente nova nesses anos todos, esses caras que mexem com índios isolados estão todos como eu, uma sucata velha, com 60 anos. Estou treinando meus filhos porque eles nasceram no mato, já estão aqui.
Depois ainda vão dizer que sou um déspota. A Funai não é como o Ministério de Minas e Energia, que faz barragens, descobre mina e dá lucro.

FOLHA - Como surgiu o interesse do sr. pelos índios?
MEIRELLES - Sempre gostei de mato, de natureza. Fazia engenharia mecânica quando levei acidentalmente um tiro de um irmão em uma caçada. No hospital descobri que não era nada daquilo que eu queria para a minha vida. Escapei da engenharia, do tiro e fiz o concurso para a Funai, em 1970, no tempo da ditadura brava. Saí da selva daí e vim aprender na daqui com os índios.

FOLHA - Pensa em sair da floresta?
MEIRELLES - Ainda tenho lenha para queimar, o problema é que na minha profissão dependemos muito do físico. Já estou com 60 anos, o físico já está começando a reclamar, dores nas costas... Vai chegar uma hora em que terei que parar. Daqui a mais três anos talvez esteja na hora, quem sabe mudar de lugar e escrever minhas memórias, sei lá.

FOLHA - O sr. foi flechado certa vez. O que aconteceu?
MEIRELLES - Quando fui flechado, não existia a base de proteção [aos índios]. As pessoas subiam o rio para pescar, retirar madeira, só que mataram alguns índios. Eles acham que nós, brancos, somos como eles, poucos. Logo após a morte desses índios, saí de casa em um domingo, para pescar, e levei uma flechada na cara. Devem ter pensando que eu matei algum índio irmão. Os índios isolados nos vêem como invasor. Quando alguém faz algo contra eles, viramos saco de pancada, pois moramos mais perto.

FOLHA - Houve um episódio em que o sr. matou um índio...
MEIRELLES - Essa é uma história de que não gosto de falar. Foi um acidente de percurso.

FOLHA - O que aconteceu, os índios cercaram o sr. e sua família?
MEIRELLES - Foram outros índios [não os isolados] e em outra situação. Ainda não trabalhava com índios isolados. Quase fui morto, se não tivesse feito isso não estaria agora conversando com você. Foi uma questão de auto-defesa, mas é uma história antiga e que ainda me incomoda muito.