segunda-feira, 30 de março de 2009

REVISTA HORIZONTE GEOGRÁFICO

Reportagem da bela revista HORIZONTE GEOGRÁFICO retrata a importância das RPPNs para a proteção dos remanescentes da Mata Atlântica.

Esta floresta tem dono

Mais de 80% dos fragmentos que ainda restam da mata atlântica estão nas mãos de particulares. Depende deles a conservação desse bioma, um dos mais ameaçados do planeta.

Texto: Dimas Marques



Micos-leões-dourados em Poço das Antas: sobrevivência do animal depende da área de floresta disponívelQuilômetro 214 da BR-101. Estamos em Silva Jardim, município fluminense com 21 mil habitantes que começa a se destacar pela mobilização de sua comunidade para conservar as florestas. Ao lado da rodovia, junto à base de fiscalização da Reserva Biológica de Poço das Antas, fica a sede da Associação Mico-Leão-Dourado, entidade reconhecida internacionalmente por seus esforços para salvar da extinção o pequeno primata símbolo da Mata Atlântica. Silva Jardim é o campeão nacional em número de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs). São 16 propriedades com flora e fauna preservadas, destinadas a integrar o sistema de unidades de conservação do país.

O título de campeão das RPPNs não é por acaso. Justamente pelo fato de tantas pesquisas terem sido desenvolvidas nos últimos 20 anos para evitar o desaparecimento do mico-leão-dourado é que agora a associação investe em incentivos à criação dessas propriedades. “A passagem do estudo do animal para um trabalho de mobilização social visando a manutenção e ampliação do seu hábitat se deu naturalmente”, explica a secretária-geral da ONG, Denise Rambaldi. Atualmente, ela dedica boa parte do seu tempo a convencer os proprietários de terras da região a conectar os fragmentos de florestas destinados aos micos.

Confira a reportagem completa na edição 122. Já nas bancas.





domingo, 22 de março de 2009

Resultado do VII Edital do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica

O Programa de Incentivo às RPPN da Mata Atlântica apoia o Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras - VEJA AQUI!.


Resultado do VII Edital do Programa de RPPNs


Neste ano foram selecionadas propostas de 13 estados, contemplando um total de 58 reservas: 43 novas RPPNs e 15 para elaboração de plano de manejo.

O Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da Mata Atlântica, coordenado pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica (uma parceria entre as ONGs Fundação SOS Mata Atlântica e Conservação Internacional) e a The Nature Conservancy (TNC), traz o resultado do seu VII Edital, que destinará R$ 500 mil aos 43 projetos selecionados que irão apoiar a criação de 43 novas RPPNs, e a elaboração do plano de manejo de 15 Reservas já existentes. “O resultado do Edital mais uma vez surpreende: tivemos um acréscimo de 50% no número de propostas recebidas em relação ao ano passado. Esta edição tem ainda uma característica especial, pois, pela primeira vez, o edital esteve aberto para todo o Bioma para atender a demanda no território da Mata Atlântica e verificar o interesse dos proprietários de terra das outras regiões. O resultado foi excelente, recebemos 148 propostas e, destas, 43 foram aprovadas”, explica Erika Guimarães, coordenadora da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica e do Programa de Incentivo às RPPNs. Os recursos são provenientes do Bradesco Cartões, Bradesco Capitalização, TNC e da parceria inédita com o Fundo de Conservação da Mata Atlântica - Funbio/KfW.

Os projetos selecionados neste edital abrangem os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe e Alagoas. As propriedades contempladas no edital devem ampliar em 3.760 hectares as áreas protegidas por meio da criação das novas reservas e apoiar o plano de manejo de 8.387 hectares em RPPNs já existentes na floresta mais ameaçada do País. As reservas privadas são extremamente importantes para o estabelecimento dos corredores de biodiversidade, pois contribuem para a reconexão dos blocos isolados de floresta.

O incentivo à formação de corredores de biodiversidade é uma estratégia de conservação utilizada desde o início do programa para a proteção da biodiversidade em diferentes escalas, buscando a representação de diferentes ecossistemas, o manejo integrado da rede de unidades de conservação, contribuindo para manter ou incrementar a conectividade da paisagem. As estimativas indicam que, se adequadamente manejados, esses corredores podem, coletivamente, proteger 75% das espécies ameaçadas da Mata Atlântica.
"A resposta ao edital indica que a sociedade brasileira tem um grande potencial e interesse em contribuir para a conservação da Mata Atlântica. Os resultados obtidos mostram que a ampliação da área contemplada pelo programa foi uma decisão acertada. E isso determinou um processo mais competitivo pelos recursos e permitiu que novas regiões também estratégicas para a conservação da biodiversidade, onde antes não atuávamos, como as florestas estacionais de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais, pudessem ser beneficiadas pelo programa", conclui Monica Fonseca, especialista em áreas protegidas da CI-Brasil.
De acordo com o diretor do programa de Conservação da Mata Atlântica da TNC, Miguel Calmon, “o aumento do interesse e número de propostas aprovadas nesse edital demonstra mais uma vez a importância e o compromisso dos proprietários privados na conservação da Mata Atlântica. Fazer parte desse importante programa e desta parceria tem sido muito gratificante para a The Nature Conservancy”.

”Em nossa parceria com o banco de desenvolvimento alemão KfW um dos principais objetivos é fortalecer o sistema de áreas protegidas da Mata Atlântica. Acreditamos que viabilizar a abertura do edital para todo o bioma certamente faz diferença nesse contexto. O apoio ao Programa de Incentivo às RPPNs foi também uma ótima oportunidade para conhecer mais de perto os desafios e o potencial desse tipo de unidade de conservação” avalia Erika Polverari, gestora do Funbio responsável pelo Fundo de Conservação da Mata Atlântica - Funbio/KfW.

O Programa tem contribuído para aumentar em quase 50% o número de RPPNs no Bioma, mostrando, por um lado, o interesse de proprietários de terra com a conservação e, por outro, o grande potencial dessa categoria de Unidades de Conservação para fortalecer as políticas de proteção da Mata Atlântica.

Propostas selecionadas pelo VII Edital:

Criação individual:

RPPN Nhandara Guaricana RPPN dos Guaribus
RPPN Dutra e Pimenta
RPPN Muriqui
RPPN Fazenda Sossego do Arrebol
RPPN Paulino Veloso Camelo
RPPN Passarim Oxum
RPPN Morro da Lucrécia/ Dona Benta e Seu Caboclo
RPPN das Cachoeiras
RPPN Sertão do Pantanal
RPPN Boa Vista
RPPN Pedra do Baú
RPPN Fazenda Flora Real
RPPN Sítio São Jorge
RPPN Fazenda das Palmeiras
RPPN Verbicaro
RPPN Pinhão Assado
RPPN Nascentes do Aiuruoca
RPPN Sítio Bacus
RPPN Reserva do Açude
RPPN Victor Emanuel
RPPN Garganta do Registro

Em conjunto:

RPPN Cabeceiras do Rio Itajaí - terreno A
RPPN Cabeceiras do Rio Itajaí - terreno B
RPPN Fazenda Curió
RPPN Fazenda Montenegro
RPPN Fazenda Jacumirim
RPPN Fazenda Queimadas
RPPN Fazenda Fragoso
RPPN Irmãs Grimm
RPPN Serra do Lucindo
RPPN Fazenda Santa Cruz
RPPN Santa Luzia II
RPPN Fazenda Mangabeiras
RPPN Fazenda Renascer
RPPN Château das Borboletas
RPPN Quinta dos Cedros
RPPN Estância do Atash
RPPN Rancho Chapadão
RPPN Fazenda João de Baixo
RPPN Sítio Duas Barras
RPPN Agropecuária Guapiaçu

Plano de Manejo:

RPPN Caetezal
RPPN Cabeceira do Mimoso
RPPN Feliciano Miguel Abdala
RPPN Mata do Sossego
RPPN Fazenda Bom Retiro
RPPN Fazenda Bulcão
RPPN Estância Manacá
RPPN Sítio Palmeiras
RPPN Serra da Pacavira
RPPN Rancho Meu I e II
RPPN Chácara Edith
RPPN Maragato
RPPN Alto da Boa Vista I e II


Sobre o Programa:

A iniciativa foi lançada em 2003, com recursos do CEPF (Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos) e do Bradesco Cartões, para apoiar projetos de criação e gestão de RPPNs nos Corredores da Serra do Mar e Corredor Central da Mata Atlântica. Os projetos são apoiados por meio de editais lançados periodicamente e esta foi a primeira linha de financiamento no Brasil a atuar diretamente em projetos de proprietários de reservas (pessoa física), com o mínimo de burocracia.

Em 2006, a parceria foi estendida à The Nature Conservancy (TNC) e passou a contar também com patrocínio do Bradesco Capitalização, o que permitiu ao Programa ampliar sua área de atuação para o Corredor do Nordeste e a Ecorregião Floresta com Araucária, além do lançamento de uma nova linha de financiamento de projetos por meio de Demanda Espontânea. “A parceria nasceu da necessidade de integrar os esforços de conservação em terras privadas que já vinham sendo desenvolvidos pelas três instituições e aumentar a escala e efetividade de conservação num dos biomas mais importantes do mundo. Decidimos então focar os esforços no aumento do número das RPPNs, mas também na capacitação e fortalecimento dos principais atores envolvidos em conservação de terras privadas, buscando instrumentos econômicos e políticas públicas para garantir a sustentabilidade das RPPNs”, afirma Miguel Calmon, responsável pelo Programa de Conservação da Mata Atlântica da TNC.

O tamanho médio das RPPNs é bastante reduzido nesse Bioma, já que mais da metade (54%) tem áreas menores que 100 hectares. Mas, juntas, as quase 500 RPPNs decretadas até 2007 no Bioma cobrem mais de 100 mil hectares, representando uma chance única de engajamento no processo de conservação em terras privadas. As RPPNs são importantes também para proteger o entorno de unidades públicas como parques e reservas biológicas, reduzindo a pressão externa, além de contribuir para a conservação de inúmeras espécies ameaçadas de extinção da Mata Atlântica como o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e o papagio-chauá (Amazona rhodocoryta), entre outras.
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Sobre a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica e a TNC:


A Aliança para a Conservação da Mata Atlântica nasceu em 1999, quando a Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional (CI-Brasil) firmaram essa parceria como forma de aumentar a escala e potencializar suas atuações a favor do Bioma. A principal missão da Aliança é contribuir para o fortalecimento do sistema de áreas protegidas na Mata Atlântica, reverter a perda de biodiversidade e estabelecer uma estratégia de comunicação e educação que contribua com os desafios de conservação. Em 2006, a ONG The Nature Conservancy (TNC) passa a ser parceira da Aliança no Programa de RPPNs, expandindo as ações em favor das reservas particulares, aumentando a área abrangida originalmente, a escala de trabalho, os investimentos e resultados para a conservação da Mata Atlântica.

domingo, 1 de março de 2009

INSTITUTO TERRA E A RPPN DO SEBASTIÃO SALGADO


Uma RPPN diferente, criada não onde existe uma mata, mas onde uma floresta está nascendo: O renomado fotógrafo Sebastião Salgado e sua esposa Lélia Wanick apostaram na idéia de recuperar um local que mais parecia o solo lunar, de tão devastado e árido.
A reportagem do Globo Rural mostra a experiência do renascimento da Mata Atlântica na Fazenda Bulcão e do trabalho do Instituto Terra. E Sebastião Salgado setencia sobre a humanidade: "...caminhamos contra a parede..." e Lélia complementa: "...os seres humanos não farão a mínima falta para o planeta..."


A fazenda, que chegou a ter 1,2 mil cabeças de gado, onde só havia pasto, aos poucos está virando floresta Atlântica. A Fazenda Bulcão, que fica em Aimorés, Minas Gerais, na divisa com o Espírito Santo, foi transformada num instituto que leva o nome do nosso planeta: Terra.

Quanto tempo é necessário para derrubar uma floresta? Hoje em dia, com equipamentos cada vez mais eficazes, isso é questão de semanas ou dias. E quanto tempo precisa para formar uma floresta em lugares onde árvore é só uma lembrança? Aí, o tempo se mede em décadas, ou séculos. Mas os primeiros resultados podem ser visíveis bem mais cedo.

Até 1998, a paisagem na fazenda Bulcão era de grandes pastos, solo degradado, erosão. Hoje o visual é bem diferente. A mudança na paisagem veio do sonho da arquiteta Lélia Wanick e do fotógrafo Sebastião Salgado.

Quem não gostou muito foi o antigo dono das terras. O seu Sebastião, pai do Sebastião fotógrafo, passou a vida substituindo floresta por pasto para criar gado. Jamais poderia imaginar que o filho seguiria o caminho inverso: acabar com o gado e o pasto para replantar árvores. “O meu pai achava que era uma coisa completamente sem sentido usar uma terra, que ele achava que a gente até podia viver dela, transformar numa floresta. E mais: que nós não somos ricos. A gente gastando o pouco de reserva que a gente tinha para iniciar esse projeto e o pessoal da cidade não acreditava, ficava grupinho de fazendeiro rindo da gente, achando que a gente estava fazendo uma loucura.”

O primeiro passo rumo ao sonho: transformar a fazenda degradada em floresta. E criaram uma RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural. Assim surgiu o Instituto Terra, uma associação civil, sem fins lucrativos, voltada para a preservação do meio ambiente. “Na verdade, a gente tinha uma idéia e foi regando essa idéia e isso foi se transformando num ideal, com as pessoas junto, numa planta imensa”, diz o casal.

No berçário da floresta há mudas de árvores nativas como o jequitibá, pau-brasil, paracaju e café-do-mato. Quanto maior a variedade melhor, já que a idéia é reconstituir a Mata Atlântica, uma das florestas com a maior biodiversidade do planeta.

Mais tarde, o plantio no campo deve seguir princípios ecológicos bem definidos. Numa floresta, as primeiras espécies a surgir são as pioneiras, árvores que precisam de muita luz, crescem rápido e fazem a sombra necessária para as espécies seguintes, as secundárias. Por último vêm as chamadas "espécies clímax". Essas são as mais altas da floresta.

Na área onde o plantio é recente dá para observar bem o espaçamento. “Nós trabalhamos com 2 X 2. Dá quatros metros quadrados por planta, que daria 2.300 a 2.500 plantas por hectare. Em via de regra nós trabalhamos com 60% de espécies pioneiras, com 30% a 35% de espécies secundárias e de 5% a 10% de espécies clímax. O custo está girando em torno de R$ 7 mil por hectare”.

Hoje, dos 710 hectares da fazenda metade já recebeu novas mudas. O manejo procura sempre associar a recuperação da floresta com algum ganho para o agricultor. Isso para estimular a preservação. É o que acontece na área onde não existiu plantio nenhum.

“Essa capoeira estava muito infestada de cipós, taquaras e espécies pioneiras, que estavam dominando e colocando essa capoeira em degeneração. Então, nós estamos fazendo um manejo que consiste não em eliminar indivíduos, mas fazendo desramas, tirando os ramos dos indivíduos que estão em excesso, competindo na própria planta. O fruto dessa desrama é a lenha. Nós tiramos de dentro da mata para poder mensurar, que era um serviço que o produtor poderia fazer, beneficiando a floresta, aumentando a diversidade e obtendo um produto que é a lenha”, revela Jaeder.

O plantio, no Instituto Terra, não é só de mudas. No lugar também se plantam idéias. Os alunos do centro de estudos avançados do Instituto Terra são jovens técnicos agrícolas que buscam especialização em meio ambiente.

A maioria aqui vem de família rural. Daniel veio de Ipanema, Minas. Ele é da primeira turma de alunos e terminado o curso foi contratado para trabalhar no viveiro de mudas.

O rapaz, que deveria levar seus conhecimentos para ajudar o pai na criação de gado de leite, acabou virando plantador de árvores.

“Gera conflito dentro da própria casa e eu que estou aqui fora porque o meu avô, até mesmo meu pai e minha mãe, vão precisar de madeira e, muitas vezes, em vez de trabalhar sustentavelmente acabam cortando árvores pra fazer cerca, pra fazer construção civil mesmo”, disse Daniel.

Oitenta por cento dos recursos que mantêm o instituto vem do exterior. É um investimento que mudou a vida de muita gente. O jardineiro Manoel Bernardo Lopes já foi o vaqueiro Manoel, nos tempos do velho Sebastião Salgado. “No início a gente estranhou porque a gente já tinha até mesmo pego amor pelas criações. Então, para ver ir todo mundo embora ficou meio estranho. Não passa sem doer um pouco o coração. Agora eu tenho o amor nas plantas, e até mais ainda”, revela.

O curral onde seu Manoel passava a maior parte do tempo está bem mudado, quase não se percebe que é o mesmo lugar. Ele cuida das plantas do jardim como se fossem dele. Afinal, o jardim fica mesmo na porta da sua casa. Ele é o único funcionário que mora dentro da área do instituto. Ele e dona Rita Lopes participaram das primeiras conversas de Lélia e Sebastião sobre a necessidade de recuperar a natureza. “Eu não sabia desse perigo de acabar a água. Eu vivia aqui e não pensava nisso. Então, quando ele falou: ‘Rita, o lugar que tem mais água doce no mundo é o Brasil e ela está lá no Amazonas. É o lugar que tem mais água. E a água está acabando. Então nós precisamos acudir essas nascentes’. Eu acreditei que ia dar certo porque ele falou: ‘Rita, vai demorar dez anos’. Porque se ele falasse daqui a uma semana está pronto, aí era uma fantasia. Mas ele falou: daqui a dez anos nós temos mata de satisfazer o olho da gente”.

E demorou até menos. Há árvores com até 12 metros de altura na primeira área reflorestada na fazenda. Com exceção de algumas perobas mais antigas, todas as árvores foram plantadas pelo homem. Hoje a mata não precisa mais de manejo, já tem regeneração natural e até uma nascente voltou a brotar. À sombra destas árvores fica até difícil imaginar que tudo isso um dia já foi pasto.

ASSISTA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA EM DUAS PARTES:





Parte II: