terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

NEVE EM PINDA: UMA GELADA!

Pico do Itapeva: Imagem de uma chuva torrencial nos seus arredores: lugar de neve?

No ano passado o Pitacos já tinha comentado aqui a idéia insana de um mega projeto turístico de esqui em neve artificial em área de proteção permanente (APP) no alto da Serra da Mantiqueira, em Pindamonhangaba - LEIA AQUI!

O que mais chama a atenção nessa história toda é a serventia (para não dizer "babação") da maior parte da imprensa, das autoridades e de boa parte da opinião pública em achar que um investimento de 38 milhões de reais em uma área de 3 milhões de metros quadrados no pico do Itapeva vai ser necessariamente bom.

O modelo realmente existe em outros países e o empresário diz que vai implantar o projeto num local bem próximo ao Capivari, em Campos do Jordão (logo abaixo da represa do Itapeva). Porém existe um "pequenino" problema: O local é uma Área de Preservação Permanente em "topo de morro"(LEI 4771/65, artigo 2°, alínea "d"), além da vegetação existente ser campos de altitude, ou seja, não vai ser tão fácil assim de conseguir o licenciamento, aliás, alguns profissionais da área ambiental dizem que é "praticamente impossível" neste local.


Pior ainda, o empresário colocou a venda ingressos e quase todos foram vendidos para inauguração em maio próximo, sendo que sequer ele tinha o processo de licenciamento protocolado (hoje está na página principal do SITE SKICLUB que a "inauguração foi adiada devido à crise mundial e seus reflexos já visíveis aqui no Brasil"). Aí fica a pergunta: como uma empresa coloca a venda uma coisa que não existe de fato?


PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR

Alguém já procurou saber de onde vem todo esse dinheiro?
É moral a prefeitura de Pinda negociar a concessão de incentivos fiscais para esse negócio?
Realmente vai gerar 1000 empregos diretos e outros mil indiretos como divulgado?
Por que quando se noticia o empreendimento mostram fotos de outros países e não mostram imagens do local das obras?
Já fizeram estudos de impacto ambiental?

Agora uma matéria publicada no site camposdojordao.com mostra que o oba-oba cantarolado por muitos pode ser uma imensa roubada, ou melhor ainda, como diz a chamada abaixo: Uma bela de uma gelada!

Pista de esqui pode ser uma gelada

Nas últimas semanas, a mídia regional, os grandes diários e até telejornais com alcance nacional se apressaram a veicular a notícia de que o Pico do Itapeva irá abrigar pistas de esqui permanentes, acompanhado por uma estrutura que prevê shopping com 20 mil m² de construção e estacionamento para quatro mil carros. Há até data para a inauguração das pistas: 15 de maio de 2009. Ingressos foram colocados à venda ao preço de R$ 300,00 para a alta temporada e de R$ 230,00 para a época de baixo movimento.

Ocorre que as encostas às margens do Pico fazem parte da APA da Serra da Mantiqueira, e as leis são particularmente severas com as intervenções no meio ambiente da região. Além da questão do topo de morro, o projeto envolvendo as pistas prevê a supressão dos campos de altitude, para o plantio de grama – algo que a legislação não permite.
O idealizador do projeto, André Meyer Pflug afirma que requereu a licença ambiental. O Ibama negou que houvesse sido protocolado algum pedido de licenciamento referentes às pistas de esqui. Já o DEPRN informou que o órgão não conta com nenhum protocolo que faça menção à Skiclub – nome do empreendimento.

Licenciamento Demora Seis Meses

Todas as pessoas ouvidas pela reportagem se mostraram surpresas, ao saber que o empresário André Pflug marcou o início das operações para maio. Conforme os especialistas da área, esse tipo de licenciamento costuma demorar pelo menos seis meses.

O secretário da Integração e Meio Ambiente de Pinda, Carlos Marcondes, afirmou que aguarda a apresentação da licença, para que a prefeitura autorize o andamento do projeto.
O escritório central do DEPRN em São Paulo informou que irá verificar se há algum pedido de licenciamento para as pistas. “Com o nome Skiclub não tem”, informou o assessor de imprensa Nilton Miúra. A pesquisa se estenderá à CETESB e ao DAIA (Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental).
O escritório do Ibama em Caraguatatuba, ao qual está circunscrito o Pico do Itapeva, informou que não foi feito nenhum pedido de licenciamento para a região, que envolvesse pistas de esqui. O analista ambiental no Ibama de São Paulo, Carlos Schneider, também negou que a unidade tivesse recebido algum pedido de licença para o Pico. Ele também explicou que um licenciamento envolvendo pistas de esqui compete ao DEPRN.
Em entrevista à Folha Online, André Pflug assinalou que aguardava a autorização de órgãos como Ibama.“O Ibama cuida de licenciamentos que englobem ferrovias, hidreelétricas, usinas nucleares e casos que envolvam reservas indígenas”, esclareceu o analista Carlos Schneider.

Seguro para Indenizar

A reportagem perguntou ao empresário André Pflug se não poderia conversar com os profissionais do escritório que o estaria assessorando com o licenciamento. “Não porque se trata de algo sigiloso”, respondeu. Da mesma forma, o empresário disse que não poderia revelar de imediato o número do protocolo, referente à licença ambiental. Ele destacou ainda que tão logo a licença saísse, isso seria informado no site da empresa (http://www.skiclub.com.br/).

Indagado quanto a solução que daria às pessoas que já compraram os ingressos, caso as pistas não fiquem prontas até o feriado de Corpus Christi, André disse que fez um seguro que garante a indenização dos compradores, para o caso de haver algum imprevisto.

Fonte: http://www.camposdojordao.com

VEJA ABAIXO ENTREVISTA COM O EMPRESÁRIO ANDRÉ MEYER PFLUG






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