sábado, 29 de setembro de 2007

Cardápio ecológico


Cardápio “zero km”

Consumir produtos regionais pode preservar o planeta
por Elisa Correa

Vem da Itália mais uma iniciativa contra a poluição do planeta: o “menu a quilômetro zero”, selo dado a bares e restaurantes que servem pratos feitos apenas com produtos locais e da estação, produzidos a poucos quilômetros de distância.

A idéia foi criada pela organização agrícola Coldiretti para conscientizar as pessoas de que o simples fato de comer também pode ajudar a poluir o meio ambiente. O objetivo é levar o cardápio de baixo impacto ambiental aos refeitórios de escolas, hospitais e órgãos públicos italianos.

O transporte de produtos importados, de frutas exóticas e verduras fora da estação ­ em aviões, trens, caminhões e navios ­, aumenta muito a emissão de CO2 na atmosfera. A distância percorrida pelo alimento do campo até nosso prato é conhecida mundialmente como food miles e pode ser calculada. Apesar de não ser exata, dá uma idéia do estrago: na viagem de 1 quilo de cerejas argentinas até Roma, por exemplo, são percorridos 12 mil quilômetros e emitidos 16,2 quilos de CO2.

E você não precisa esperar o selo chegar ao Brasil: na próxima vez que for ao supermercado, ao mercadinho da esquina ou à feira de rua, converse com o vendedor e descubra quais são os produtos da sua região ­ e dê preferência ao que foi plantado e colhido mais perto de você.

Fonte: Vida Simples

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

WWF descobre novas espécies no Vietnã

Lóris, espécie descoberta no Vietnã por organização ambiental

A organização ambiental WWF anunciou a descoberta de novas espécies de animais e plantas na província de Thua Thien, no Vietnã.

As descobertas foram realizadas no chamado Corredor Verde, uma cordilheira de montanhas que se estende por mais de mil quilômetros do Vietnã ao Laos.A floresta, de áreas baixas e alagadas, abriga diversas espécies ameaçadas de extinção, e tem surpreendido cientistas com novas descobertas.Entre elas estão cinco orquídeas, consideradas as "supermodelos" do mundo vegetal. Há também répteis, como cobras e lagartos, e mamíferos, como lóris - descendentes de macacos que vivem em árvores do sudeste asiático.

Cientistas dizem que as descobertas são apenas 'a ponta do iceberg', e que há mais espécies desconhecidas da ciência vivendo na região.

A organização alertou para o risco às espécies apresentado por atividades ilegais, como extração de madeira, caça, mineração predatória e uso não-sustentável de recursos naturais.

Réptil é uma das espécies animais raras descobertas na província Thua Thien, no Vietnã

Cobra verde descoberta por organização ambiental no Vietnã

Rosa púrpura, uma das espécies de plantas descobertas na província vietnamita Thua Thien

Fonte: BBC Brasil

sábado, 22 de setembro de 2007

Conheça a "RPPN Mãe da Mata"

Você sabia que restam apenas cerca de 2% da área original da Mata Atlântica na região nordeste do Brasil?

A árvore que inspirou o nome da RPPN Mãe da Mata: Uma enorme Gindiba.

Conheça um pouco do trabalho de preservação, pesquisa, turismo e educação realizado na "RPPN Mãe da Mata", em Ilhéus, Bahia.
Assista reportagem do programa Via Brasil, da Globo News:


Um símbolo e parte da história da região: o cultivo de cacau.
"...Não me considero dono, tomei emprestado dos que virão depois de mim..."
Ronaldo Santa'Anna - Proprietário da RPPN Mãe da Mata

Preocupante: Degelo recorde no Ártico


Imagem divulgada pela Nasa mostra que o degelo do oceano Ártico quebrou todos os recordes e encolheu neste ano mais de 1 milhão de quilômetros quadrados


CLIMA

Degelo no Ártico é maior em um século, dizem cientistas

A capa de gelo marinho flutuando sobre o oceano Ártico quebrou todos os recordes e encolheu neste ano mais de 1 milhão de quilômetros quadrados -ou quatro vezes a área do Piauí- em relação ao valor mínimo registrado previamente.

Em 16 de setembro, dizem cientistas americanos, a área de gelo marinho no Ártico era de 4,13 milhões de quilômetros quadrados. O valor mínimo mais baixo já medido por satélites até agora era de 5,32 milhões de quilômetros quadrados, em 2005.

O gelo marinho derrete todo verão naquela região, para recongelar depois. No entanto, sob a influência do aquecimento global (que foi de 3 no Ártico no último século), a porção que derrete é cada vez maior, e a que recongela, cada vez menor. O período de recongelamento deste ano já começou.

Os dados foram relatados pelo Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve dos EUA. Na semana passada, a ESA (Agência Espacial Européia) já havia mostrado que o degelo seria sem precedentes, e que ele tinha aberto pela primeira vez a Passagem Noroeste, uma almejada rota marítima entre a Europa e a Ásia que até então era impassável devido ao gelo.

Embora as medições com satélites existam desde 1979, vários especialistas em gelo que analisaram os registros do Alasca e da Rússia de décadas atrás afirmam que o recuo da banquisa neste ano provavelmente é o maior do século 20. "Eu não acho que tenha havido nada parecido com o que estamos observando hoje", disse Igor Polyakov, da Universidade do Alasca, nos EUA.

Além da abertura da Passagem Noroeste, através do Canadá, a Passagem Nordeste, que circunda a Rússia, também quase foi aberta na semana passada."Estamos começando a ver o sistema responder ao aquecimento global", disse Mark Serreze, pesquisador do centro de gelo e neve dos EUA.O degelo pode causar ainda mais derretimento, já que ele expõe vastas áreas de mar. A neve reflete 80% da radiação solar, e os oceanos absorvem 90% dela, aquecendo ainda mais o planeta.

Folha Ciência - Com "The New York Times"

Imagem divulgada pela Nasa mostra que o degelo do oceano Ártico quebrou todos os recordes e encolheu neste ano mais de 1 milhão de quilômetros quadrados

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Preguiça-de-coleira na TV Xuxa

Preguiça-de-coleira em destaque na TV Xuxa

Como estamos aumentando a área da RPPN Rio das Lontras com apoio do Programa de Incentivo às RPPN, recebemos convite para participarmos do Seminário Final do Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF) e do Viva a Mata, evento anual da Fundação SOS Mata Atlântica realizado no Parque Ibirapuera em maio último. Lá conheci o biólogo Luiz Alberto Dias do Santos, que está criando a RPPN Linda Laís, no Espírito Santo.
Luiz trabalha com a pesquisa da Preguiça-de-coleira, belo animal endêmico da Mata Atlântica (só encontrado nesse bioma) e que está muito ameaçado com a perda de seu habitat.

Seu trabalho foi apresentado recentemente no quadro "Olha o bicho", no "TV Xuxa", da Rede Globo. Vale assistir e conhecer um pouco mais sobre a simpática Preguiça-de-coleira: http://tvxuxa.globo.com/Tvxuxa/olhaobicho/0,,AA0-8497,00.html

Evoluindo: Aqui Fernando e Luiz no MASP, em São Paulo, quando fomos ver a bela e emocionante exposição sobre Darwin.

Veja abaixo um resumo do trabalho de pesquisa desenvolvido no Espírito Santo com a Preguiça-de-coleira:

Densidade populacional e estrutura etário-sexual da Preguiça-de-coleira, Bradypus torquatus (Mammalia: Xenartha), em um fragmento de Mata Atlântica do sudeste do Brasil

A Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção, que habitava o bioma desde o sul de Sergipe ao norte do Rio de Janeiro e hoje está restrita a fragmentos florestais, principalmente no sul da Bahia e região serrana do Espírito Santo.

O objetivo desse projeto se propôs a determinar a densidade mínima, estrutura etário-sexual de Preguiça-de-coleira em um fragmento de Mata Atlântica com 120 ha no município de Santa Maria de Jetibá, região serrana do estado do Espírito Santo, em altitudes que vão de 600 a 800 m, com temperaturas que variam de 10,5º C a 29,5º C.
A coleta de dados foi de janeiro de 2004 a fevereiro de 2005, tonalizando 146 dias com 1022 horas de trabalho. Foram realizadas incursões a campo para localização e a captura de exemplares de B. torquatus se deram com auxilio de ascender, esporões, equipamentos de escalada e rapel onde foram coletados dados morfométricos como: peso, comprimento total e sexagem dos indivíduos adultos. Foram encontradas 41 preguiças.
Os animais capturados tiveram suas unhas marcadas para posterior identificação. O peso médio das preguiças foi de 5.730g e comprimento médio de 50.00cm. O encontro de fêmeas com neonatos se deu no final da época chuvosa. Os resultados mostram que fragmentos florestais desse porte representam importantes refugio para a espécie e que a preservação dos mesmos é de grande importância para a realização de estudos relacionados à preservação da espécie a médios e longos prazos, como estudos para saber o comportamento das populações, projetos de translocação, reintrodução e saúde genética de populações isoladas.

Palavras-Chave: Bradypus torquatus, densidade populacional, razão-sexual, Fragmento de Mata Atlântica, sudeste do Brasil.

* Quer conhecer a Conservação Internacional no Brasil? Acesse: http://www.conservation.org.br/onde/mata_atlantica/index.php?id=42

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Empresas como a Bunge destroem a Amazônia

A Amazônia está sendo sufocada pela soja

O pequeno avião levantou vôo. A floresta estende-se até onde a visão alcança, como se fosse uma cabeça imensa cuja cabeleira se confunde com o céu. A Amazônia. O pulmão do planeta. A fortaleza verde. Então, de uma só vez, o rasgão aparece. A floresta se abre. Ferida. Arrasada. O pulmão está tossindo. A fortaleza é tomada por rachaduras. De repente, a paisagem desolada. Troncos abatidos estão espalhados no chão, até encobrir tudo, embora os mais resistentes não tenham nenhuma forma definida, a não ser a de um toco enegrecido pela fumaça. A terra deixa aparecer a sua última camada, arranhada até a morte pelos sulcos das culturas. Às vezes, ainda emerge em meio à maré dos campos, solitário e incongruente, o tronco de uma castanheira. Um sobrevivente.


Será que em breve, o Estado do Pará se tornará tão despojado quanto o seu vizinho, o Mato Grosso? Desde janeiro de 2003, data da ascensão ao poder de Lula, 70.000 km2 foram sacrificados em benefício da soja, um dos mais ferozes inimigos da floresta brasileira. No início dos anos 1980, ela era cultivada essencialmente nos Estados Unidos, que garantiam 90% da sua difusão. Em 2003, as exportações combinadas do Brasil e da Argentina passaram na frente. O imenso país de Lula tornou-se a pátria do novo ouro verde.


Restos de floresta desmatada são queimados perto de plantações de soja em MT



Três grandes companhias americanas perceberam o advento dessa dádiva: a ADM, a Bunge e a Cargill. A Cargill instalou até mesmo, em Santarém (PA), a terceira maior cidade da Amazônia, um porto. Completamente ilegal. Todos os meses, dois navios-cargueiros partem com destino à Europa, carregando 90.000 toneladas cada um. "A soja está devorando a Amazônia. Eu não reconheço mais a minha cidade", diz Cayetano Scannavino, membro da ONG Saúde e Felicidade.

Pelas ruas de Santarém, vêem-se quantidades crescentes de vans 4×4, dirigidas por gaúchos oriundos do sul do país. Desde que um relatório da Greenpeace intitulado "Eating up the Amazon" (Devorando a Amazônia) pôs fogo nos barris de pólvora, muitos carros vêm exibindo adesivos com os dizeres "Fora Greenpeace. A Amazônia é dos brasileiros". A tensão é palpável. Na Cooper Amazon, uma sociedade que distribui fertilizantes, Luis Assunção, o diretor, não esconde o seu ódio: "Aqui, agora, é a guerra. Uma guerra fria".


No Mato Grosso, o governador do Estado, Blairo Maggi, proprietário da usina Amaggi, é um dos mais importantes produtores de soja do mundo. Ele construiu uma cidade inteira, Sapezal, para alojar a sua mão-de-obra, mandou construir em Itacoatoara um porto em águas profundas, e também ofereceu, para facilitar o transporte, asfaltar às suas custas 1.770 km da rodovia BR163. Quando alguém lhe fala de desmatamento, Blairo Maggi ironiza a respeito do tamanho da Amazônia e afirma que a cultura da soja é "benéfica". Pelo menos, é o que ele fazia quando ainda aceitava falar com os jornalistas, todos suspeitos, daqui para frente, de serem "espiões" enviados pela Greenpeace.


Retornamos ao Pará. Assim como todos os domingos, está rolando uma festa na fazenda Bela Terra, perto de Santarém. O cozinheiro faz grelharem gigantescos espetos de carne. A cerveja jorra aos borbotões. Os homens vestem roupas até que bastante comuns para um domingo; as mulheres estão sentadas à mesa ao lado deles, de igual para igual. É uma alegre algazarra, uma reunião de clã. A entrada está fechada por um portão de grades brancas, enquanto um cartaz assinala a presença de dois cães bravos.


Os produtores de soja, os "sojeiros", se divertem, falam de negócios, expressam sua solidariedade mútua. Diante de estranhos, a desconfiança é a atitude mais apropriada. Otalhio, 33 anos, é um fornecedor de fertilizantes e de adubos. Com o seu rosto inchado, ele abocanha espessas fatias de carne. A sua mãe é brasileira e o seu pai uruguaio, e eles ainda vivem perto da fronteira, a 5.000 km de distância dali. "É difícil, eu não os vejo mais". Ele enxuga uma lágrima. Então, ele fica bravo. "As pessoas daqui nos chamam de 'gaúchos', de bandidos, de ladrões..." Com uma mão conquistadora, ele aponta para o chão. "As pessoas daqui não fazem nada com a sua terra. Elas permanecem aqui porque não podem fazer de outra forma. Querem ter a televisão e ir para a cidade. Da nossa parte, nós lhes oferecemos uma outra maneira de viver".

Tonio Antares, proprietário de alguns milhares de hectares, também é um dos que reivindicam esse direito de massacrar o seu país. Baixinho, o olhar vivo, a pele avermelhada por um sol com o qual ele nunca se entenderá, ele permanece convencido de estar proporcionando por meio do seu trabalho prosperidade e civilização. "O país pertence aos brasileiros. Nós viemos ajudar esta região a se desenvolver".


Mas, quem é beneficiado por este desenvolvimento? Marcello da Silva comprou duas máquinas escavadeiras, que ele aluga para os agricultores em troca de uma porcentagem da colheita. De dezembro até abril, ele está no Mato Grosso, e de maio até agosto, no Pará. Durante o tempo que lhe resta, ele conduz comboios. Alto, os olhos azuis, ele se parece muito mais com o caubói da Marlboro do que com o índio da floresta. Um pouco grosseiro, talvez; pronto para enxugar algumas cervejas. Mas ele se mostra confiante na sua estrela. A soja o tornará rico, ele tem certeza. A sua mulher, Patrícia, quer comprar terrenos. Muitos terrenos. "Os americanos vão começar a plantar cana-de-açúcar. Com isso, vai dar para ganhar muita grana", Eles vivem em Santarém, e gostariam de ter filhos. O futuro está sorrindo para eles.


Contudo, raros são aqueles que conseguem sair com vantagens deste jogo. O custo social pago em nome da pequena planta é muito pesado. A Amazônia povoou-se aos trancos e barrancos, em função de promessas não cumpridas que, desde o boom da borracha até a construção da Transamazônica, atraíram para a região os miseráveis do Nordeste e de Minas Gerais. Eles se apoderaram de terras, as semearam, mas nunca conseguiram obter formalmente os seus títulos de propriedade. Desde então, eles vegetam, prisioneiros daquilo que chamam pudicamente de "agricultura familiar". Eles têm sido uma presa ideal para os sojeiros, que, em Santarém, ganharam o apelido de "sujeiros".


Ao longo da BR163, a mesma história se repete. Grupos de homens apareceram, pediram a esses pequenos cultivadores para partirem, mostrando-lhes os títulos de propriedade. Como eles conseguiram? Em muitos casos, do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), onde a corrupção permite comprar falsas certidões, que ficam mofando dentro de gavetas, junto com grilos. "Esse pessoal não possuía nenhuma cultura do dinheiro", explica o padre Edilberto Sena, um incansável militante ecologista. "Eles venderam a preço de banana, e gastaram tudo. Acabaram ficando depauperados, e sem nenhuma ferramenta de trabalho".


No quilômetro 38, Marlene Nascimento de Lima chora as suas terras perdidas. "Eu nem sequer consigo passar na frente da nossa antiga propriedade. Não sobrou mais nada, apenas as lavouras. Quarenta famílias viviam ali..." No início, ela se recusou a vender. Mas os sojeiros compraram os terrenos limítrofes ao dela. A praga, expulsa pelos pesticidas, invadiu a sua lavoura. Os seus vizinhos foram embora, e ela acabou cedendo...


A violência teve seu papel nessas conquistas. Em Pacoval, em 2004, a duas horas de pista de Santarém, 25 casas foram incendiadas. Em Corte Corda, dois sindicalistas foram mortos. Em Belterra, antiga capital da borracha, muitas pessoas foram "forçadas" a partir... Em Santarém, Ivete Bastos, a presidente do sindicato dos trabalhadores da terra, um dia surpreendeu mulheres que carregavam gasolina na frente da sua casa, e que se preparavam para pôr fogo na casa... Um antigo legionário espanhol, proprietário de uma sala de musculação em Santarém, gaba-se de executar missões de "limpeza" a mando dos fazendeiros. Na periferia da cidade, as favelas de madeira, construídas em terrenos abandonados, vão se multiplicando.


Regularmente, a polícia brasileira efetua operações de busca nas grandes propriedades e nelas liberta escravos. São pessoas que vieram atraídas pela promessa de salários altos. Ao chegarem à floresta, eles descobrem que a sua remuneração "derreteu". Então, guardas os impedem de irem embora. Os bens de primeira necessidade lhes são fornecidos pelo proprietário. Eles se endividam, e nunca mais conseguirão reembolsar o que devem. "Eles estavam num estado assustador quando nós chegamos", conta um policial que participou de uma intervenção na fazenda Vale do Rio Verde em 2005. Não havia nenhuma instalação sanitária. Os operários trabalhavam descalços. Oito mil e setecentos desses escravos foram localizados nos Estados produtores de soja. Em 2004, o exército interveio em 236 fazendas que utilizavam 6.075 trabalhadores, dos quais 127 crianças. A Bunge, a Cargill e a Amaggi faziam negócios com todas elas.


Para contribuir com mais eficiência para a expansão da soja, certas companhias como a Cooper Amazon oferecem pesticidas e sementes geneticamente modificadas. "A corrente já está implantada: de um lado, a Monsanto, e de outro, a Cargill", acusa Edilberto Sena. Os pesticidas já provocaram grandes estragos ecológicos, pois o vento carrega aqueles que são derramados pelos aviões até os rios. Em 2005, uma onda de seca terrível assolou a região. Os peixes morriam dentro de poças que eram pequenas demais. Atualmente, 20% da floresta brasileira está morta. Mesmo se uma série de leis implantadas em 2006 obteve resultados positivos (41% de diminuição do desmatamento em 2006-2007), 40% da Amazônia poderá desaparer daqui a vinte anos.


O pior, o mesmo que esperam Marcello e Patrícia, talvez ainda esteja por vir: a explosão dos biocombustíveis. Vinte milhões de motoristas brasileiros já utilizam o etanol. Os carros bicombustíveis, que oferecem a escolha entre etanol e gasolina, representaram cerca de 80% das vendas de automóveis em 2005. Seiscentos postos de gasolina já comercializam um "biodiesel", dentro do qual pode ser encontrada soja. Aonde será que eles vão instalar as plantações? "O Brasil será a Arábia Saudita do século 21", profetizam alguns. Até mesmo no que diz respeito ao deserto?


No período de tempo durante o qual você leu este artigo, uma superfície que corresponde a 75 terrenos de futebol foi desmatada!


Fonte: Le Monde - Hubert Prolongeau
Colaborou Béatrice Marie
Tradução: Jean-Yves de Neufville

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Dados não mentem

A desigualdade social é um dos grandes problemas da questão ambiental: saneamento básico, acesso a informação, educação e cultura, emprego e renda.
Veja infográfico com os dados divulgados hoje do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), os domicílios brasileiros, a infra-estrutura básica e os bens de consumo e repare como o Brasil é uma nação desigual. São vários os "Brasis":
Sudeste e Sul têm triplo de pontos de acessos à internet do que Norte
Agência Brasil

RIO - Os brasileiros estão cada vez mais informatizados e conectados à internet. Na média nacional, uma de cada cinco residências já possui computador e quase o mesmo número de casas tem acesso à internet. De 2001 para 2006, o número de domicílios com computadores pulou de 12,6% para 22,4% no país. E o acesso à internet está presente em 16,9% das famílias.

Mas, apesar do avanço, ainda existe uma grande distância entre as regiões Sul e Sudeste contra o Norte e Nordeste no acesso à informática, considerado um verdadeiro “fosso tecnológico”.

Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referente ao ano de 2006, divulgada hoje (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, a região mais informatizada do país é o Sudeste, onde 29,2% das residências – uma em cada três – têm computadores, seguida pelo Sul (27,9%) e Centro-Oeste (20,4%), com as regiões Norte (12,4%) e Nordeste (9,7%) em posições mais distantes.

Quanto ao acesso à internet, os percentuais são menores e as distâncias mais expressivas: Sudeste (23,1%), Sul (20,8%), Centro-Oeste (14,6%), Nordeste (6,9%) e Norte (6%). Na média, Sudeste e Sul têm o triplo de pontos de acessos à rede do que Nordeste e Norte.

A diferença é classificada como preocupante pelo diretor-executivo do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio.

- Os números da PNAD revelam grande progresso [na informatização] nas regiões Sul e Sudeste, mas o Norte e o Nordeste estão vivendo um novo tipo de exclusão: o apartheid digital - alerta Baggio.

O CDI é uma ONG dedicada à difusão da informática no país, através da criação de escolas técnicas e da doação de computadores.

- Dos 5,5 mil municípios brasileiros, só a metade tem condições de acesso local à internet. Os outros precisam acessar utilizando ligação DDD ou por satélite, o que é muito caro - aponta o diretor.

- O Brasil ocupa o quinto lugar, em percentual de pessoas com acesso à internet na América do Sul, atrás do Chile, que tem 42% da população conectada, Argentina, Uruguai e Peru.

Percentualmente, a unidade da federação onde mais aparecem computadores nas residências é o Distrito Federal (36,4%), seguido por São Paulo (28,9%), Santa Catarina (26,5%), Rio de Janeiro (25,1%), Paraná (23,3%) e Rio Grande do Sul (21,3%). Nos últimos lugares estão Rondônia (7,4%), Pará (7,2%), Ceará (7%), Alagoas (6,6%), Piauí (5,7%) e Maranhão (4,1%).

De acordo com Baggio, os recursos disponíveis para promover a inclusão digital existem.

- O Brasil pode resolver a inclusão digital liberando os recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), alimentado por 1% das contas telefônicas que todos nós pagamos e que dispõe de R$ 6 bilhões, atualmente contingenciados para gerar o superávit primário [receita menos despesa] do governo - sugere o diretor do CDI.
[ 11:08 ] 14/09/2007
Fontes: JB On Line e UOL Notícias.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Dia 11 de setembro: Dia Nacional do Cerrado!

Um dos biomas mais ameaçados do planeta!

Mapa da ecoregião do Cerrado. Os limites da ecorregião cerrana mostrados em amarelo. Imagens: NASA.

É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade .

Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.


O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana.
Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.

A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.

Fontes: Portal Brasil e Wikipédia.


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Gorilas lideram lista de espécies perto da extinção

Orangotangos, como os da foto, que estão em zoológico de Cingapura, gorilas e corais são espécies que mais se aproximaram da extinção neste ano, segundo lista da União Mundial para a Conservação

Gorilas lideram lista de espécies mais perto da extinção

Gorilas, orangotangos e corais estão entre as plantas e animais que mais se aproximaram da extinção no último ano, segundo a União Mundial para a Conservação (IUCN, na sigla inglesa).
A organização diz que a degradação de habitat natural, caça e mudanças climáticas estão entre as principais ameaças aos animais citados. A IUCN divulgou sua nova Lista Vermelha de espécies ameaçadas no mundo nesta quarta-feira, e identificou 16.306 espécies que estão ameaçadas em algum grau, 178 a mais do que no ano passado.

A lista analisa 41.415 espécies animais e de plantas em todo o mundo, e as classifica em relação aos riscos de extinção. Um em cada quatro mamíferos, um em cada oito pássaros, um terço de todos os anfíbios e 70% das plantas classificadas na lista deste ano estão ameaçadas. No Brasil, os animais ameaçados chegam a 725, entre eles, uma das espécies de espadarte (Pristis perotteti), encontrado na costa norte, que está criticamente em risco. Sua captura e comércio já são proibidos no Brasil desde 2004.

Os cações-viola, encontrados na costa sul do Brasil, também estão criticamente ameaçados. A abundância dessa espécie diminuiu em 80% desde 1986 por causa da pesca intensiva e atualmente é raro que sejam capturados. A IUCN acredita que, se não aumentarem os esforços por sua conservação, o cação-viola poderá estar extinto dentro de 10 anos.

Os gorilas estão entre as espécies mais ameaçadas mundialmente. O gorila ocidental está 'criticamente em risco', depois que foi descoberto que a principal subespécie, o gorila ocidental das terras baixas, foi dizimada pela caça e pelo vírus Ebola.

Sua população diminuiu em mais de 60% nas últimas décadas, sendo que um terço da população em áreas de conservação foi morta pelo Ebola.

O orangotango do Sumatra permanece na categoria 'criticamente em risco' e o orangotango de Bornéu 'em risco'. As duas espécies estão ameaçadas pela diminuição do habitat, causada pela exploração madeireira e deflorestação para a produção de óleo de dendê.

Esta também é a primeira vez em que espécies de corais aparecem na lista. Dez espécies encontradas em Galápagos estão ameaçadas, sendo que duas delas estão criticamente em risco e uma possivelmente extinta. A principal ameaça para essas espécies são os efeitos do El Niño e das mudanças climáticas.

Na lista deste ano, apenas uma espécie teve seu risco de extinção reduzido, um periquito (Psittacula eques) encontrado apenas nas Ilhas Maurícios, que era o periquito mais raro do mundo há 15 anos."

A lista deste ano mostra que os esforços feitos até agora para proteger as espécies não são suficientes. O ritmo de perda de biodiversidade está aumentando e nós precisamos agir agora para reduzir e acabar com esta crise global de extinção", disse Julia Marton-Lefévre, diretora geral da IUCN. "Isso pode ser feito, mas apenas com um esforço concentrado em todos os níveis da sociedade." A União Mundial para Conservação, criada em 1948, reúne 10.000 cientistas em 147 países e monitora o estado de mais de 41 mil espécies. A maior causa para o risco das espécies ainda é a ação humana, principalmente a destruição e degradação de habitats, além da introdução de espécies invasivas, plantações insustentáveis, caça, poluição e doenças.

As mudanças climáticas também vêm sendo cada vez mais reconhecidas como uma séria ameaça, que pode amplificar esses perigos.
Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Banner da RPPN Rio das Lontras em Ilhéus

A RPPN Rio das Lontras, com o apoio Institucional da Empresa Prosul Ambiental, teve seu banner exposto no III Congresso Brasileiro de RPPN, realizado mês passado em Ilhéus, Bahia.





*Fotos gentilmente enviadas por Fernanda Dias - CNRPPN

Uma boa idéia!


Alto Vale substitui o herbicida
DC - Rio do Sul

O uso de lança-chamas à base de gás GLP foi a maneira encontrada pela Secretaria de Obras de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, para eliminar as ervas daninhas que nascem no meio dos paralelepípedos das ruas.

A nova prática foi instituída depois de o Ministério Público determinar a proibição de herbicidas pelos problemas causados ao ambiente, inclusive nas pessoas que aplicam. Apesar do custo superior em relação ao produto químico, o processo usa apenas um funcionário, enquanto o anterior exigia quatro. O modelo do lança-chamas foi copiado da prefeitura de Atalanta, no Alto Vale do Itajaí.

Depois de conhecer o método, o secretário de Obras, Cláudio Schwinden, constatou que atendia as necessidades para eliminar o mato que cresce nas ruas. Schwinden destacou que a grande vantagem está no aspecto ambiental. Segundo ele, o custo na montagem do carrinho que leva o botijão de gás foi mínimo.
Fonte: Diário Catarinense - Foto: Orlando Pereira

sábado, 1 de setembro de 2007

Jornal tenta redimir matéria infeliz

Dessa vez eles disseram que "Lontras não são animais de estimação".

Uma semana depois da infeliz matéria estimulando o uso de animais selvagens como Lontras e Iraras como animais de estimação, jornal televisivo tenta se dedimir com uma reportagem que "mostra que alguns animais não podem viver como bichos de estimação, pois são protegidos por lei".

O Jornal do Almoço é o maior programa jornalístico diário da RBS TV em Santa Catarina, retransmissora da Rede Globo. Os inúmeros protestos pela péssima pauta realizada no último sábado surtiu efeito. No entanto, nenhuma "mea-culpa" foi feita pela emissora, coisa corriqueira em veículos sérios de jornalismo. A Folha de São Paulo, por exemplo, possui uma coluna "Erramos" diariamente em suas edições. Acreditamos que o correto seria uma atitude ética e profissional da direção do Jornal em admitir informações equivocadas e indutíveis ao erro dos telespectadores, que poderiam simplesmente acreditar na possibilidade jurídica de se ter animais silvestres como "bichinhos de estimação", sem mencionar o fator moral do assunto.

Quem assistiu ao Globo Repórter dessa semana sobre os maus tratos de animais, entenderá o que estamos citando.

Para assistir a matéria de hoje do Jornal do Almoço, acesse:
http://switchboard.real.com/player/email.html?PV=6.0.12&&title=3255261&link=rtsp%3A%2F%2Freal.rbsonline.com.br%2Fvideo%2F3255261.rm

Para assitir ao Globo Repórter, acesse:
http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-18190-5,00.html