quarta-feira, 21 de julho de 2010

CAÇA DE ONÇAS


CRIME

PF flagra safári para caçada de onças no Pantanal

TV Morena e Marcelle Ribeiro - O Globo


CUIABÁ - A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira em fazendas da região de Sinop, no Mato Grosso, e na cidade de Miranda, em Mato Grosso do Sul,durante a Operação Jaguar, dez pessoas acusadas de organizar e participar de um safári de caça a onças e outros animais de grande porte no Pantanal e em outras regiões do país. O grupo, formado por quatro argentinos, um paraguaio e cinco brasileiros, sendo um policial militar do Mato Grosso, foi preso quando se preparava para uma caçada na região. Eles estavam com um grande número de armas e munições de diversos calibres.

Na prisão dos caçadores, que foi realizada em conjunto pelos policiais federais e técnicos do Ibama, foi utilizado até o helicóptero do órgão ambiental.

Segundo a PF, contra quatro das dez pessoas presas havia mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal em Corumbá. As demais foram presas em flagrante. Com eles, havia muitas armas e munições de diversos calibres, peles e carcaças de onça. Os agentes ainda tentam cumprir três mandados de prisão no Paraná e em Mato Grosso nesta quarta-feira.

De acordo com a PF, a investigação que levou à prisão da quadrilha começou a ser realizada no ano passado pela delegacia de Corumbá, depois que foram encontradas em fazendas da região carcaças de onças que estavam sendo monitoradas pelo Ibama.

A PF descobriu que pai e filho organizavam a caça às onças na região. Para fugir da fiscalização, eles fingiam capturar onças para o encoleiramento e monitoramento do Programa Pró-Carnivoros, do Ibama.

Através desse falso trabalho de preservação da espécie, conforme a PF, a dupla continuava a caça clandestina das onças pintadas, pardas e pretas no Pantanal e em outras regiões do país. Além de pai e filho, a quadrilha contava ainda com a participação de um outro caçador profissional morador de Cascavel, que organizava as caçadas e de um taxidermista, que reside em Curitiba.

A investigação apontou que os safáris envolviam caçadores brasileiros e estrangeiros, que chegavam ao Pantanal em aviões particulares. Equipados com armas de última geração e utilizando cães cedidos pelo caçador de onças ou por produtores rurais, que tinham interesse em proteger o gado dos felinos, eles caçavam e abatiam os animais.

Pelo safári, os caçadores pagavam por animal abatido. Por um valor maior tinham o direito à pele, cabeça ou todo o felino, que era empalhado pelo taxidermista em Curitiba. Quando não havia a compra do 'pacote', após o registro fotográfico a carcaça do animal era destruída.

De acordo com a PF, existem evidências que alguns dos troféus das caçadas eram levados até para ao exterior, e que o grupo também participava de safáris na África, trazendo para o Brasil, peles e partes de animais que eram caçados naquele continente, fazendo, inclusive, tráfico de marfim, produto que tem sua comercialização proibida internacionalmente.

As pessoas presas na operação serão indiciadas por três crimes: caçar ou matar animais da fauna silvestre sem permissão, com pena de seis meses a um ano de prisão; porte ilegal de arma, cuja penalidade é de quatro anos de prisão e por formação de quadrilha, que tem pena prevista de um a três anos de reclusão.

Que morram na cadeia! Que seus nomes e sobrenomes, endereços e ocupação (se é que possuem alguma) sejam divulgados. Sem perdão!

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