sábado, 4 de junho de 2011

ESCORREGADA

Lamentável sobre todos os aspecos que uma empresa que se propõe há ter responsabilidade socioambiental criando uma Reserva Particular e bem ao lado dela acabar promovendo uma derrubada da Floresta Amazônica.
Ridículo!

Moto Honda da Amazônia tem obra embargada em área de proteção ambiental

Multinacional japonesa obteve licença municipal para desmatar 7,4 hectares, mas órgão estadual afirma que apenas 0,75 hectares da área pode ser derrubada

Manaus, 04 de Junho de 2011
MONICA PRESTES - A CRÍTICA.COM


Apesar da Moto Honda ser proprietária do terreno, Plano Diretor proíbe obras em uma área residencial e de proteção ambiental (Clóvis Miranda)

Mesmo com licença ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) para desmatar uma área de 7,4 hectares (ha) na comunidade Colônia Japonesa, localizada entre as Zonas Leste e Norte de Manaus, uma obra da empresa Moto Honda da Amazônia foi embargada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) na última quarta-feira (1), após denúncias de moradores.

No terreno, que pertence à empresa, a Moto Honda pretende construir uma unidade administrativa, informou a Semmas, por meio de sua assessoria de comunicação.

Investimento que, segundo a engenheira florestal e representante da Associação de Moradores do conjunto Petros, Geise Canalez, 30, não é permitido pelo Plano Diretor do Município.

“O Plano Diretor proíbe uma obra como essa em uma área residencial e de proteção ambiental. Sem falar que a empresa também não realizou o estudo de impacto de vizinhança, que é obrigatório”, justifica.

A Semmas informou que, perante o órgão fiscalizador municipal, o empreendimento está totalmente legalizado, pois está fora da Área de Preservação Permanente (APP), do Corredor Ecológio Urbano do Mindu e da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Moto Honda, que tem 16 ha.

Ainda segundo a assessoria da Semmas, a prefeitura concedeu licença ambiental para a empresa referente a uma área de 7,4 ha. Mas o presidente do Ipaam, Ademir Stroski, alega que, por se tratar de uma supressão vegetal, o licenciamento do empreendimento é uma atribuição do Ipaam, e não da Semmas.

“A obra está embargada e a nossa diretoria técnica está fazendo uma avaliação dos danos que já foram causados ao meio ambiente. Dependendo desse resultado, a empresa ainda pode ser punida com multa, mas é cedo para dizer.”

De acordo com Stroski, a Moto Honda procurou o Ipaam e obteve uma licença ambiental para desmatar apenas 0,75 ha, bem menos do que os 7,4 ha autorizado pela Semmas.

E essa discrepância entre as áreas licenciadas pela Semmas e pelo Ipaam para o mesmo empreendimento foi o que mais chamou a atenção de moradores vizinhos da obra, como a artista plástica Ana Gouvêia, 46, que mora no Residencial Cachoeira Grande.

Ela criticou a Semmas por ter concedido a licença ambiental à empresa, permitindo a derrubada de uma área de mais de 6 hectares de mata nativa em uma importante faixa de ligação entre o Corredor do Mindu, a APP que existe em torno de uma nascente, a RPPN da Honda e a área verde do condomínio.

Derrubada de árvores:

Moradores do residencial Cachoeira Grande, na Colônia dos Japoneses, relataram que a derrubada das árvores no terreno da Moto Honda começou na manhã de terça-feira, 31. Máquinas e tratores operaram durante toda a terça e a manhã de quarta na derrubada da mata.

Na tarde de quarta, uma equipe de fiscalização do Ipaam e da Semmas foram até o local.

De acordo com a assessoria da Semmas, os fiscais não encontraram nenhuma irregularidade.

Habitat de espécies:

A engenheira florestal Geise Canalez, moradora do conjunto Petros, disse que a área verde que foi derrubada pelo empreendimento é habitat de diversas espécies de primatas, além de cutias e araras, que são o símbolo do local.

Moradores devem se reunir com representantes da Moto Honda para discutir problema.

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