sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Alagoas ganha mais quatro RPPNs

Alagoas ganha mais quatro Reservas Particulares

O Estado de Alagoas passou a ter, desde a última semana, mais quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). No total, 17 áreas estão hoje demarcadas em território alagoano, sendo 10 reservas federais e sete estaduais.

A entrega dos quatro últimos certificados aconteceu no alto da Cachoeira da Tiririca, em Murici, maior atração existente na Fazenda Boa Sorte, que passa a ter o status de Unidade de Conservação reconhecida pelo Estado, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9.985/2000). A solenidade foi realizada durante o I Ecofesta, promovido pelos proprietários da fazenda.

Além da Reserva Boa Sorte, que possui 40,85 hectares, o Instituto do Meio Ambiente (IMA), órgão responsável pelo reconhecimento das reservas estaduais desde a assinatura do Decreto 3.050, de 09/02/06, concedeu a certificação ao Sítio Tobogã, em Maceió, com um hectare de extensão; à Reserva Vila D’Água, também em Murici, com 41,11 hectares; e à Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo, em São José da Laje, com 22,34 hectares. As reservas estaduais totalizam hoje 332,33 hectares.

A Reserva Tobogã está localizada na Área de Proteção Ambiental do Catolé e Fernão Velho e as reservas Boa Sorte, Vila D’Água e Osvaldo Timóteo estão inseridas na Área de Proteção Ambiental de Murici. A certificação dessas reservas estaduais, segundo a equipe técnica do IMA e as entidades envolvidas no processo, representa um importante fator na geração de corredores ecológicos e mosaicos de Unidades de Conservação, vitais na manutenção da biodiversidade dessas áreas protegidas.

As primeiras três concessões de certificados aconteceram no Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, no auditório da Federação da Indústria, durante o evento Destaque Ambiental, promovido pela entidade. Naquela ocasião, receberam o certificado as reservas de Aldeia Verde, em Maceió, com 11,2 hectares; Placas, em Paripueira, com 202,33 hectares; e a Reserva Canadá, em Mar Vermelho, com 8,28 hectares.

Em Murici, o IMA foi representado pelo seu diretor-presidente em exercício, Gustavo Carvalho, a equipe técnica da Diretoria de Unidades de Conservação, a coordenação de Convênios, além da assessoria e chefia de gabinete. Estiveram presentes ao evento os proprietários contemplados com a certificação dos institutos de Proteção da Mata Atlântica e Macambira, parceiros no processo de criação das reservas estaduais, além de representantes da prefeitura de Murici e outros convidados.

Na ocasião da certificação de novas RPPNs, foi inaugurada uma Base de Apoio à Pesquisadores, para ser utilizada por técnicos responsáveis pela Área de Preservação Ambiental (APA), para apoio aos programas de educação ambiental do IPMA e parceiros, para cursos de capacitação, sempre voltados para o bioma Mata Atlântica. A base homenageia Dr. Sérvio Túlio Marinho, ex procurador do IMA e um dos maiores e dedicado defensor da natureza.

RPPNS - As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são áreas de conservação da natureza em terras privadas. O proprietário da terra é quem decide se quer fazer de sua propriedade, ou parte dela, uma reserva particular. Essa é uma forma de contribuir para a preservação do meio ambiente. Não há perda do direito de propriedade.

A princípio, qualquer área pode ser uma RPPN. O decreto no 1.922/96, que dispõe sobre as RPPNs, menciona que a área deve possuir relevante importância pela sua biodiversidade ou por seu aspecto paisagístico ou ainda ter características ambientais que justifiquem sua recuperação.

Como essas áreas têm como objetivo a conservação dos recursos ambientais representativos da região, podem ser desenvolvidas atividades científicas, culturais, educacionais, recreativas e de lazer. Também é possível desenvolver atividades econômicas que não comprometam o equilíbrio ecológico como o ecoturismo, entre outras.

Os herdeiros da propriedade terão que respeitar a RPPN, e se a propriedade for vendida, os novos donos também terão de manter a área como está, pois não há maneira de revogar o título de reconhecimento da reserva. É o que significa “gravar em caráter perpétuo, exigência do decreto que criou as RPPNs.

Os proprietários das reservas particulares possuem isenção do imposto sobre propriedade rural (ITR), prioridade na análise de concessão de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para projetos de implantação e gestão das áreas, preferência na análise do pedido de concessão de crédito agrícola e podem ter apoio técnico e financeiro de organizações não-governamentais (Ongs).

Mais informações sobre como transformar uma propriedade em RPPN no site www.ima.al.gov.br ou no www.wwfbrasil.org.br

Por Divulgação

ECO MICO III

Durante a abertura do evento, o ex-presidente do Chile e enviado especial da ONU destacou a importância de medidas urgentes para recuperar o meio ambiente.
Foto(s): Glaicon Covre - DC
E a Eco Mico, também chamada de Eco Power Conference começou na quarta-feira tendo como estrela principal o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, representando a ONU.
Segundo sua palestra, “em 2015 ou 2020 não teremos mais como tentar contornar. A hora é agora. Não há mais tempo para discutir, o momento é de praticar e apoiar iniciativas em geração de energia limpa.”

E também discursou o “entendido” e “especialista” em meio ambiente Governador Luiz Henrique Motoserra de Ouro da Silveira, dizendo que “Em Santa Catarina temos a gestão adequada dos recursos hídricos, fizemos o levantamento agropecuário e estamos fazendo o inventário florestal. Estamos também discutindo um código de meio ambiente.” Só não explicou então porque os rios do estado estão agonizando com tanta poluição doméstica e industrial, como os rios Tubarão, Araranguá e Itajaí. É brincadeira dizer que há gestão adequada dos recursos hídricos. Fala sério!

Também discursou o “ecológico” prefeito Dário Berger, dizendo que “Em Florianópolis nós temos iniciativas pioneiras com relação à sustentabilidade.” Sim, inclusive será que uma delas está ligada a ele estar indiciado pela Operação Moeda Verde? Afinal há a acusação do proprietário do Costão do Santinho Resort (onde está acontecendo a Eco Mico e onde se localiza a RPPN Morro das Aranhas), Fernando Marcondes de Matos ter pago meio milhão de reais ao irmão de Deputado de Dário, para mudanças nas Leis Ambientais para favorecimento dos negócios do empresário. Socorro!

Protesto:
Mas a tarde do segundo dia da Eco Power foi marcado por um protesto não esperado pela organização que praticamente passou em branco pela imprensa: Entidades de classe fizeram um protesto contra o caso da Moeda Verde. Obviamente a polícia foi acionada para ajudar na segurança e tudo foi abafado rapidamente.
Mas gostaria mesmo é de saber quem e quantos insensatos que pagaram 2,7 mil reais para participar desse evento. Valeu a pena?

domingo, 25 de novembro de 2007

Estilo Zen


Comportamento
Como ser zen
A monja Coen Sensei ensina que é preciso esquecer a correria para se divertir, conhecer as pessoas e reconhecer a beleza do caminho de onde queremos chegar
CAROLINE PASSOS

A monja Coen Sensei, 60 anos, tem todas as características que se espera de uma pessoa com espiritualidade elevada. O jeito calmo, acolhedor e a simpatia fazem com que as pessoas parem para ouvir o que ela tem a dizer. As respostas para os males do mundo surgem fácil nas palavras de Coen.

Primaz fundadora da Comunidade Zen-Budista, em São Paulo, a história da monja é repleta de transgressões. Casou-se cedo, aos 14 anos para conquistar a liberdade e se separou aos 17, grávida. Insistiu em não retornar à casa dos pais, mas a fome a fez repensar na possibilidade. Foi jornalista nos anos 1960 e conheceu o Budismo através de uma reportagem em comunidades zen-budista na Califórnia, onde iniciou seus estudos e foi ordenada monja em 1983.

A leitura de Trotsky a despertou para mudanças. O segundo casamento, com o monge Murayiama, 18 anos mais jovem que ela, foi no Convento Zen-Budista de Nagoia, Aichi Senmon Nisodo e Tokubetsu Nisodo, no Japão. Depois de 10 anos, eles se separaram. Coen viveu 12 anos enclausurada no convento até voltar para o Brasil, em 1995, para liderar o Templo Busshinji. Hoje, ainda enfrenta a discriminação por ter sido a primeira mulher a ocupar a presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil por um ano e por seu contato com a imprensa.

Donna DC conversou com a monja em Blumenau, onde fez uma palestra. Sorridente, ela atendeu a fila de repórteres com a paciência digna dos monges.

Donna DC - A senhora falou em sua palestra em Santa Catarina sobre Como Dar Vidas às Nossas Vidas. Pode explicar como seria esse processo?
Coen Sensei - Como viver com plenitude celebrando a existência. Cada instante é único. Esse momento jamais se repetirá. Se não apreciarmos isso, como vamos sobreviver? À medida que nos colocamos em frente aos outros, estabelecemos algo maravilhoso: o diálogo.

Donna DC - É o diálogo que faz movimentar o mundo?
Coen - Quando a Unesco fala para se criar uma cultura da paz, quer dizer que é preciso ouvir para entender. Se nos relacionássemos com as pessoas mais íntimas dessa forma, mesmo que se conviva com elas por 30 anos, perguntássemos e ouvíssemos o que elas pensam sobre o mundo, seria uma mudança. Quando a pessoa vai falar, nós a interrompemos, porque acreditamos que já sabemos o que será dito. Aí acontece o conflito, as brigas. Dar vida às nossas vidas é isso: esquecer a correria para se divertir, conhecer pessoas e reconhecer a beleza do caminho de onde queremos chegar. Trazer a nossa mente para cada momento é que é a arte.

Donna DC - A senhora acredita que as pessoas estão mais abertas ao diálogo?
Coen - Tenho uma amiga professora de Filosofia que disse em uma palestra que a violência está perdendo o glamour. Houve uma época em que era muito bonito ser bravo, bater e gritar. Ninguém mais quer ouvir pessoas que brigam e gritam. Isso é muito fácil de fazer. Já interagimos contra a violência internacionalmente, quando os monges de Miamar protestaram contra as condições que eram oferecidas e se submeteram a ser torturados por uma causa maior. A humanidade está brigando pelos direitos humanos. Não colocamos mais panos quentes.

Donna DC - A senhora mora em São Paulo. É possível seguir a filosofia zen-budista no caos da cidade?
Coen - São Paulo é um treinamento contínuo e maravilhoso de paciência, persistência e de procurar as causas do que acontece lá. Não é só se perguntar o que o governo vai fazer para acabar com a violência, melhorar o trânsito, é se perguntar o quê eu posso fazer para mudar isso. Se os outros são corruptos - palavra que eu acho interessante por ser significa coração rompido - eu não vou romper o meu coração. As pessoas falam: não vou pagar imposto por que eles vão usar mal o dinheiro. Ninguém exige que o dinheiro seja bem empregado. Não é porque outros fazem errado que eu preciso agir errado também.

Donna DC - A sua história é marcada por mudanças. Qual delas foi mais incisiva para atingir o estado de espiritualidade atual?
Coen - Tudo na nossa vida faz parte dessa tapeçaria. Nada é para jogar fora. Tive uma mestra que dizia que tudo que acontece e todos que você encontra, são seres iluminados que te guiam pelo caminho. A mudança de percepção é a melhor de todas. Não se pode viver de lamentações. Tudo que aconteceu me ensinou e abriu os olhos. É a capacidade de ver a realidade como ela é e discernir se é saudável ou não para saber que atitude tomar.

Donna DC - Como é ser uma monja tão requisitada pela imprensa?
Coen - Minha superiora tinha uma vida dessa forma, recebia críticas sobre isso e dizia: Buda passou a vida pregando e nunca ficou sozinho. Faz parte da minha missão falar com as pessoas. Quando voltei ao Brasil, as pessoas achavam que eu estava fazendo quimioterapia. Hoje, o zen-budismo e a monja são algo que se reconhece. O fato de eu ter sido repórter, facilita para esse contato com a imprensa. Sei como ser mais direta na resposta, enquanto os outros monges budistas só falavam japonês.

Donna DC - Virou comum o consumo de remédios contra a depressão, como a fluoxetina. Que conselho a senhora daria a essas pessoas?
Coen - Eu não sei até que ponto as pessoas podem largar esses remédios, mas sei que a depressão é a doença da moda. As modas passam e essa já está perdendo o glamour também. As pessoas estão cansadas de quem está em depressão. A tensão que o depressivo chama para si está enfraquecendo. A depressão também é um jogo de poder. Nós estamos conectados na teia do Interser e temos acesso a informações, geralmente, drásticas. A impressão é que o mundo está acabando. Isso pode causar depressão se não se colocar na posição de fazer algo a respeito. O difícil é fazer com que as pessoas dêem o primeiro passo para a ação, mesmo que seja escrever um texto para o jornal. Práticas de meditação e terapias são muito eficazes.

Fonte: DC

sábado, 24 de novembro de 2007

Alimentos orgânicos

Produção orgânica garante empregos de agricultores como Sebastião João Mannes, de Antônio Carlos Foto(s): Diego Redel

Campo e Lavoura
Bom, bonito e rentável
ARIADNE NIERO

Santa Catarina está se tornando referência em alimentos orgânicos, frutas verduras e hortaliças cultivados sem a utilização de agrotóxicos. Com mais de 120 feiras agroecológicas, o Estado já é o terceiro maior produtor nacional, o que representa um volume anual de 60 mil toneladas e um valor bruto da produção de R$ 45 milhões.

Atualmente, mais de 2 mil famílias rurais catarinenses contam com a certificação do Ecocert, rede a serviço do produtor orgânico, por produzirem alimentos sem insumos químicos.

Segundo o coordenador do projeto de agroecologia da Epagri, Paulo Tagliari, número insuficiente para atender a grande demanda, embora represente um volume anual de 60 mil toneladas.

- Ainda falta incentivo de políticas públicas - diz.

De acordo com estimativas da própria Epagri, o crescimento da produção agroecológica está por volta de 15% a 20 % ao ano no Estado. Há dez anos, não havia mais do que cinco ou seis associações de produtores agroecológicos em Santa Catarina. Hoje passam de 60 e o número continua crescendo.

Toda a produção é comercializada, principalmente, em feiras livres. Na Capital são cinco: Bairros Itacorubi, Lagoa da Conceição, Campeche, Agronômica e Pantano do Sul. Os destaques de produção são as hortaliças pela facilidade de consumo, conforme Tagliari, e trazem grande retorno para o produtor. Em geral, a produção orgânica reduz os custos de produção, utiliza mais os recursos existentes na propriedade e torna o produtor menos dependente de insumos externos.

Pioneirismo na inclusão do produto na merenda escolar

Segundo levantamentos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os alimentos orgânicos contêm 30% a mais de substâncias nutritivas comparados aos produzidos de maneira convencional, ou seja, com agroquímicos.

O RS é o maior produtor, seguido do Paraná. SC, porém, é pioneira na implementação da alimentação orgânica nas escolas.

- Precisamos levar aos jovens as vantagens do consumo de produtos orgânicos, que além de mais saborosos, são ricos em vitaminas e sais minerais - diz Tagliari.

O Estado é pioneiro na produção de cerveja orgânica, em Blumenau. O vinho também tem a sua produção no Alto Vale do Itajaí e São José do Cerrito, na Serra.


Rosa Sell levou seus produtos orgânicos e integrais para o coffee break de eventos e hoje fatura até R$ 3 mil por mês

Coffee break vira um novo mercado
Paulo Lopes

Os produtos naturais e sem agrotóxicos caíram nas graças dos eventos de negócio e a moda agora é oferecer o coffee break com materiais orgânicos. Que o diga a agricultora, Rosa Sell, 44 anos, que chega a faturar até R$ 3 mil por semana com a novidade.

Moradora de Paulo Lopes, Rosa pratica a agricultura orgânica familiar há 12 anos e destaca que o sucesso do produto, nas feirinhas livres, levou a entrar para o ramo de eventos.

- Foi uma agregação de valor que aconteceu naturalmente. As pessoas me procuraram e passei a oferecer coffee break com produtos integrais e orgânicos - conta ela, que produz desde as hortaliças e frutas a pães, sucos, biscoitos, geléias e pastas de iogurte.

Toda a produção sai do sítio "multifuncional" da família, com uma área equivalente a três campos de futebol. São mais de 100 produtos, sendo 40 de agroindústria. Tudo que a família produz é vendido.

Para dar conta do trabalho, Rosa, o marido e os quatro filhos trabalham das 6h às 23h. Sem contar com o faturamento com coffee break, a família tem uma renda mensal de R$ 3 mil, somente com as feiras.

Todos os sábados, Rosa está na Lagoa da Conceição, das 7h às 12h. Tanta dedicação rendeu para a agricultora, em 2003, o prêmio internacional da criatividade da mulher no meio rural.

Suco de babosa tem uso medicinal

O engenheiro agrônomo de Paulo Lopes, Dionízio Bach, não pensou duas vezes em largar o setor público para se aventurar no agronegócio. Há quase oito anos, o suco de babosa para fins medicinais, garante a renda da família. Por mês, ele chega a faturar R$ 5 mil e gera cinco empregos diretos.

Alimento funcional para desintoxicação do organismo e anti-inflamatório, o suco, agora também é vendido em cápsulas.

Embora não entregue a "receita", Bach destaca que o produto é feito à base da polpa da babosa. A restrição de consumo é para crianças de até três anos, gestantes e lactantes.


Cerca de duas mil famílias sobrevivem atualmente da atividade no Estado de SC


Antônio Carlos vai lançar certificação
Antônio Carlos

A luz amarela acendeu para o manejo convencional (uso de pesticidas na agricultura) no maior produtor de hortaliças de SC. Até o ano que vem, Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, pretende lançar uma certificação de origem da produção de hortifrutigranjeiros.

Inicialmente, quem irá receber o selo de origem, de acordo com o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Augusto Silho, serão os produtores que deixarem de usar produtos agrotóxicos em suas lavouras.

A campanha para a utilização de produtos agroecológicos ganhou impulso na cidade que tem 80% da economia voltada para as hortaliças, no mês passado, com um seminário de capacitação para os agricultores. Eles tiveram contato com técnicos que ensinaram desde o manejo da terra à comercialização.

Todo o empenho é para aumentar o número de produtores orgânicos já que a cidade, maior fornecedora de hortaliças para a Grande Florianópolis, tem uma população estimada de seis mil habitantes e apenas 20 famílias comercializam seus produtos sem agrotóxicos.

Para Silho, a expectativa é de encaminhar todos os produtores de Antônio Carlos para a agroecologia.

- Como o selo, vamos incentivar uma nova produção. Mas para a certificação nacional de produtos orgânicos, o produto precisa de, no mínimo, dois anos sem o uso de agrotóxicos para eliminar os resíduos do solo - explica o secretário.


Por que consumir alimentos orgânicos?

- Os alimentos orgânicos possuem uma quantidade maior de nutrientes, que impactam no sabor e na sua saúde.
- Alimentos orgânicos apresentam, em média, 63% mais cálcio, 73% mais ferro, 118% mais magnésio, 178% mais molibdênio, 91% mais fósforo, 125% mais potássio, 60% mais zinco que os alimentos convencionais. Possuem menor quantidade de mercúrio (29%), substância que pode causar doenças graves.
- Alimentos orgânicos não agridem o meio ambiente.
- Os sistemas orgânicos de produção utilizam técnicas que previnem a devastação de florestas e o ataque à biodiversidade. Com isso, os ecossistemas são preservados.
- Alimentos orgânicos conservam a água.
- Por não utilizarem agrotóxicos e fertilizantes baseados em nitrogênio, os produtores orgânicos não contaminam os rios e lençóis freáticos, mantendo a qualidade da água que consumimos.
- Alimentos orgânicos são certificados.

Fonte: http://www.sitemedico.com.br/


Família unida na horta

Na localidade de Guiomar de Fora, em Antônio Carlos, cinco famílias apostam na produção agroecológica como geração de renda sustentável. A mudança ocorreu, há quase 10 anos, quando a família Petry foi convidada por uma rede de supermercados catarinense a incluir a produção orgânica na lavoura.

Batizada de Chácara Beija-Flor, a renda mensal da empresa familiar chega a R$ 100 mil. São mais de 40 especialidades de hortaliças e folhosos que chegam ao consumidor livres de agrotóxicos e higienizados com produto à base de sementes de limão e laranja. O mix orgânico representa 40% da produção.

Um dos sócios, Jucélio João Petry, 44 anos, conta que a família sempre atuou na agricultura. Mas chegou a desistir do negócio.

- Naquele época (década de 1980) não tínhamos para quem vender e abandonamos o trabalho. Fomos trabalhar fora - lembra.

Com os irmãos, Petry ajudou a construir um supermercado no Centro da Capital. De agricultor passou a eletricista. Um dos irmãos era pedreiro e outro chefe de obras.

- Com a inauguração da loja, a direção nos incentivou a voltar para agricultura e a trabalhar com orgânico - diz.

Trabalho da forma agroecológica é pesado

Os irmãos começaram a produção com um hectare de terra. Para ampliar o negócio, outro tanto foi arrendado. Com a certificação do produto, em 1998, a produção agroecológica não parou mais.

Hoje, com uma área de plantio de oito hectares, o equivalente a quase 10 campos de futebol, a empresa tem como carro-chefe o plantio da alface americana orgânica. O produto corresponde a 11% da produção total da chácara.

Petry destaca que o ciclo do plantio é semelhante ao convencional e o que pesa é a mão-de-obra. No quesito preço, o produto orgânico é vendido cerca de R$ 0,10 mais caro na chácara.

Ele cita como exemplo, uma plantação de cenouras. Um dia trabalhado da forma convencional equivale a cinco dias pela forma orgânica.


Petry mobiliza toda a família no cultivo

Morango como investimento

Outra empresa que ganha destaque na produção orgânica de Antônio Carlos é a Horta e Saúde, no Bairro Rachadel. Ali todo o cultivo é 100% livre de agrotóxicos.

Em julho passado, a família de Zenilde Simones resolveu investir no plantio de morangos agroecológicos. Deu tão certo, que a primeira colheita, iniciada na semana passada, rendeu 700 bandejas. Cada uma é comercializada a R$ 3.

A fruta, diferente da forma convencional, é mais adocicada. Embora não fale em valores, Zenilde destaca que o investimento para a preparação da terra foi grande. O trabalho também é dobrado.

A família trabalha há 10 anos com produtos agroecológicos e hoje garante empregos de agricultores como Sebastião João Mannes.Para continuar com a produção, em janeiro vão passar a plantação para Rancho Queimado, cidade localizada a 60 quilômetros de Florianópolis.

- O clima de lá é melhor que em Antônio Carlos - comenta Zenilde.

Fonte: DC

domingo, 18 de novembro de 2007

Mais RPPNs no Pantanal



Governo firma termo para ampliação de reservas naturais em MS

O governo do Estado do MS celebrou um termo de cooperação técnica com a Repams (Associação de Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural de Mato Grosso do Sul) com o objetivo de fortalecer a relação entre governo e proprietários em prol da ampliação da conservação da natureza na categoria de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mato Grosso do Sul). No Estado existem, atualmente, 34 reservas, sendo a maior parte delas em Bonito e Bodoquena.

Este termo, que tem a duração de dois anos, pretende incentivar a criação e o reconhecimento de novas RPPNs, bem como a implementação e gestão das existentes, em conformidade com um plano de trabalho estabelecido entre os gestores ambientais e proprietários de fazenda.

O termo foi assinado no dia 29 de outubro, pelo secretário estadual de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, e o presidente da Repams, Lauro Roberto Barbosa de Souza.

(Alcindo Rocha - Com informações da agência de notícias do Estado)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A cigarra entoa seu canto


Sobre a planície rubra que arde qual paiol,
quanto o suão levanta do chão a palha seca,
a fornalha litúrgica e redonda do sol
esbraceja faúlhas, redemoinha, impreca.



Consome-se o restolho em estalos e sonidos
e a núvem de fumo sutrai-nos a lonjura;
as bocas inflamadas e os olhos incendidos
perdem-se secas, cegos, na héctica planura.

E após o apocalipse em escala diminuta,
quando tudo termina e o estrondear se cala,
resta a terra queimada, negra, rasa, bruta,
fundindo-se na sombra que desde o céu resvala.



Na planura sem fim que o acaso coroa
só uma aragem sopra, só o vento se inflama;
e eis que uma cigarra seu febril canto entoa:
remanescente luz ardendo sem ter chama.

Fotos da RPPN Cabanas, no Agreste Pernambucano, que teve metade de sua área devastada por um incêndio criminoso no dia 02 de novembro as 13 horas.

Poesia "Queimadas" de Avelino de Souza.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

RPPN em chamas

IMAGEM DO FOGO se alastrando na Unidade de Conservação Franci Nunes em 12 de outubro (Foto: DIVULGAÇÃO)

Um dos maiores temores de um proprietário de RPPN é o fogo. Em questão de horas é capaz de anos de esforços nos cuidados de sua Unidade de Conservação serem literalmente queimados. E o que é pior, de maneira criminosa.

O padre Edilberto Alves de Oliveira, da RPPN Cabanos, no Agreste Pernambucano, pensou em preservar a memória da família: "Herdei dos meus antepassados o espírito de preservação", afirma o jesuíta, que criou a reserva em 2002 no município de Altinhos, distante 160 km do Recife.

No dia 02 de novembro, ele conta que no começo da tarde a RPPN Cabanos sofreu o mais brutal, cruel e criminoso incendio de sua história. Mesmo sendo uma pequena RPPN (6 hectares), cerca do 50% de sua área foi queimada.

Matéria abaixo mostra mais um caso desse grave problema e que merece toda a atenção das Instituições competentes, principalmente na ação preventiva e no rigor da Lei para com os criminosos.

Incêndio consome reserva ambiental

GENERAL SAMPAIO (16/10/2007)


Somente ontem, o fogo que estava causando incêndio na Unidade de Conservação Ambientalista Franci Nunes, que é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), foi controlado. O problema iniciou no último dia 4. A reserva, localizada no município de General Sampaio, tem em torno de 200 hectares e, com esta ocorrência, foram queimados em torno de 80.


O proprietário da RPPN, Franci Nunes, contou que o fogo só foi controlado por volta das 13 horas de domingo. “Em torno das 16 horas surgiu foco novamente, mas tudo indica que, graças a Deus, acabou. Foi uma batalha árdua, difícil, mas conseguimos”.


De acordo com a gerente administrativa da Associação Ambiental Franci Nunes (administradora do local), Kelma Nunes, a comunidade se mobilizou para resolver a situação, mas o acesso é difícil. “Mesmo assim, contamos, também, com a ajuda dos bombeiros e, ainda, do PrevFogo, do Ibama, que trabalhou até domingo, tiveram boa vontade, mesmo tendo que enfrentar dificuldades, já que os recursos são poucos e sem recurso não se faz nada e o fogo não espera”.


Outros incidentes


Nunes informou que já aconteceram outros incêndios. “No primeiro, foram atingidos mais de 100 hectares, no segundo 36 e no terceiro foram perdidos cerca de 50 hectares”. Como causa do incêndio, tanto Nunes quanto Kelma apontam o trabalho ilegal de caçadores. “Existem várias dificuldades, falta de recursos, falta de água e, também, os caçadores, causadores do fogo”, comentou o proprietário da reserva.

Fonte: Diário do Nordeste